“A fé ‘remove’ motores”. O trocadilho com a frase “a fé move montanhas”, que arrancou risada dos vereadores, foi usado por Jorge Bocasanta. Ele se referiu ao pronunciamento do Policial Madril, que levou à Câmara ontem a denúncia de um ônibus doado pela Receita Federal à Prefeitura na gestão de Lísias Tomé, que foi cedido para a Comunidade Terapêutica O Caminho. O que acontece é que o motor misteriosamente sumiu, Madril disse que tentou contato com o pastor que gerencia a Comunidade e não teve resposta. Por isso encaminhou à Prefeitura um requerimento pedindo informação sobre o assunto e sobre todos os veículos doados pela Receita, para saber onde são usados. Ele também encaminhou a denúncia ao Gaeco, por se tratar de um bem público.
O requerimento foi discutido por mais de uma hora a partir da afirmação de Boca dizendo que os responsáveis, se descoberta a irregularidade, mereciam cadeia. Paulo Porto cutucou, pedindo se o gestor é um pastor, e de qual igreja, e diante da falta de respostas dos demais vereadores, concordou com o pedido de ‘cadeia’ de Bocasanta.
Reação evangélica
Rômulo Quintino, que é pastor, se ‘doeu’. “Não consigo entender a facilidade que Porto tem para chamar pastor de ladrão, sendo que não conhece a vida de um pastor, o trabalho que é feito. Eu nunca o ouvi falar aqui dos ladrões que têm no grupo político que ele faz parte”, provocou.
Parra comungou dizendo que “não podemos acusar sem ter provas”. “Fico muito triste com essa afirmação e gostaria que o Paulo Porto pedisse desculpas”, sugeriu.
Paulo retrucou. “Segundo o Dieese, a bancada evangélica do Congresso é considerada a mais corrupta. Sou contra aqueles que usam a fé para fazer corrupção, porque respeito a fé”, resumiu. Foi aí que boca usou o trocadilho, e pediu paz em plenário.