Agronegócio do oeste é referência no País

Cascavel – A força do agronegócio do oeste do Paraná é reconhecida por todos. Mas o que nem todos sabem é que a região não produz apenas milho, trigo e soja. Os 50 municípios desse ponto privilegiado do Paraná também produzem alho, amendoim, algodão, batata, café, tomate… ao todo, são 25 culturas contabilizadas no Estado pela Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento) e que a região tem parte no cultivo. Isso sem contar o volume da produção tanto na agricultura quanto no cooperativismo, que se destacam em abrangência nacional, inclusive com eventos no agronegócio que são referência no mundo e que mostram a nossa terra.

Destaque que faz a diferença especialmente em tempos de crise nacional.

Prova disso é que a região segue na liderança da contribuição com o faturamento bruto da produção. O VBP (Valor Bruto da Produção) da Agropecuária alcançou R$ 19,3 bilhões em 2016, sendo 22% do total registrado no Paraná, crescimento regional de 2,6% do ano anterior, de acordo com a Seab. Tudo isso garantido pelo bom desempenho da avicultura e da produção de grãos.

A região concentra 68% da criação e abate de suínos, 31% da produção paranaense de avicultura, 34% da produção de milho e 22% da produção de soja do Estado. A piscicultura também cresce e corresponde a 69% da renda gerada com pescados de água doce no Paraná.

Não bastasse isso, o oeste conta com os maiores VBPs municipais. Toledo é o primeiro colocado com R$ 2,2 bilhões e Cascavel está em segundo, com R$ 1,7 bilhão.

Segundo a Seab, no Paraná, o VBP atingiu R$ 88,83 bilhões, 1,7% a mais que em 2015. A safra de grãos atingiu no Estado 35,1 milhões de toneladas. Os setores de soja, milho, trigo, leite e carnes foram os que mais impulsionaram o faturamento no campo, por conta dos bons preços das commodities.

Em soja primeira safra, na produção 2017/2018, as regionais de Cascavel e Toledo, juntas, tiveram um resultado de 3.895.640 toneladas de grãos. O milho primeira safra gerou uma produção de 203.725 toneladas neste mesmo ano.

Além da crise

Por aqui, a produção consegue superar a crise econômica. O agronegócio é o grande responsável pelo Paraná, especialmente o oeste, estar numa situação diferenciada dos demais estados do País. “Temos uma representatividade muito grande. Uma região altamente produtiva, produtores bem organizados, tecnologia de maquinários, insumos e sementes, além de empresas e cooperativas muito ativas no setor”, destaca o economista Camilo Motter. “Temos o diferencial em matéria-prima. Temos produtos como soja e milho inclusive processados e vendidos como carne para outros estados e principalmente para fora do País”.

Região tem seis das 20 maiores cooperativas

Das 20 maiores cooperativas brasileiras, 13 são paranaenses. Destas, seis são do oeste do Estado. “Temos 50% dos funcionários de cooperativas de todo o Paraná. São mais de 40 mil funcionários e 40 mil associados. Somos responsáveis por 62% da movimentação de todo o agronegócio do oeste”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

A região oeste também é considerada a mais forte no cooperativismo de todo o Paraná. “As cooperativas do oeste têm um parque industrial com mais de 50 agroindústrias, que agregam valor nos produtos, geram emprego e distribuição de renda, não só no campo como na cidade”, reforça.

Além disso, o modelo seguido pelas cooperativas daqui é mesmo europeu, por criar oportunidades. “Isso porque beneficia produtores. Pensamos em criar oportunidade para o pequeno produtor crescer no campo. O agricultor é um cientista. Ele conhece sua terra, sabe onde o sol nasce, sabe onde o cultivo é melhor. Ele não tem o conhecimento da faculdade, mas tem a vivência. E é aí que nós entramos com os melhores profissionais para auxiliar no campo. São 120 agrônomos, além de veterinários, que dão esse aporte diariamente”, explica.

Show Rural

A força do agronegócio se reflete mundialmente todos os anos no Show Rural,E não há como falar de agronegócio sem falar que o maior evento do setor é do Oeste do Paraná. É em Cascavel que, há 30 anos, ocorre o Show Rural. Que neste ano movimentou mais de R$ 2 bilhões na economia e que traz gente do mundo todo. “Vamos para a 30ª edição com a certeza de trazer mais de 500 empresas e mais de 250 mil visitantes. São empresas de vários cantos para transmitir conhecimento a pessoas que viajam o mundo para buscar novas tecnologias do campo. Ou seja, o que o evento movimenta em bilhões é pouco perto dos ensinamentos e da conscientização que dissemina”, afirma Dilvo Grolli.

PRODUÇÃO 2016/2017

Produtos Reg. Cascavel Reg. Toledo

Alho 123 ton 9 ton

Amendoim 228 ton 270 ton

Arroz irrigado 690 ton 25 ton