Cotidiano

Invasão em 40 áreas públicas

Sem condições de pagar por moradia, famílias ocupam pelo menos 40 áreas que pertencem ao Município de Cascavel. O desafio do poder público é garantir que um dia todas elas tenham lugar digno para viver.

A secretaria de Ação Comunitária tem papel fundamental nesse sentido. “Orientamos aqueles que estão em área de invasão para que busquem a prefeitura e façam cadastro para serem contemplados com moradia. A nossa projeção para o futuro é acabar com todas essas áreas que são ocupadas”, afirma o secretário José Carlos da Costa.

Sempre atuante em movimentos comunitários, ele destaca a importância da escolha de lideranças a exemplo de locais que concentram grande número de moradores como o Residencial Riviera.

“Não estamos lá no dia a dia e por isso há demandas da própria comunidade que os líderes poderão nos repassar para então trabalharmos metas e atender as reivindicações”, destaca.

Em entrevista, o secretário fala ainda dos projetos para que os salões comunitários sejam preservados e da missão da Defesa Civil.

Perfil

José Roberto da Costa, o popular “Cocão”, chegou a Cascavel em 1976 e sempre esteve envolvido no movimento comunitário. Foi assessor do deputado estadual Adelino Ribeiro, do deputado federal Alfredo Kaefer, exerceu cargo na Câmara de Vereadores e sempre demonstrou compromissos com a comunidade por meio do movimento político.

Veneza

“Desde que o prefeito Paranhos determinou que nos integrássemos junto à comunidade e encontrássemos a melhor forma de auxiliá-la, fizemos acordo junto como o MNLP (Movimento Nacional de Luta Pela Moradia). Temos uma demanda de famílias que saiu do Jardim Gramado e boa parte delas foram para o Jardim Veneza. Existe uma lista feita antes da reintegração de posse do Gramado que o próprio movimento entregou ao Ministério Público. Então, trabalhamos com base nessa lista e não permitimos que outras famílias que não constam nela, permaneçam na área”.

Riviera

“Prestamos auxílio com relação à desocupação de áreas que eram do município, oferecendo o transporte para a mudança, tanto no Veneza quanto para outros terrenos. Dentro do Residencial Riviera vamos trabalhar agora com a formação de lideranças, até para administrar o salão comunitário, por isso pensamos na fundação de um conselho ou mesmo uma associação de moradores”.

Lideranças

“O poder público defende a escolha de lideranças para que possam trazer demandas até nós. Não estamos lá no Riviera no dia a dia e por isso há demandas da própria comunidade que os líderes poderão nos repassar para então trabalharmos metas e atender as reivindicações. Lá há diversos espaços públicos como o Cras e escolas, mas sabemos que surgirão demandas além deles e, portanto, é importante ter alguém que represente a comunidade”.

Fiscalização

“Todas as áreas particulares onde há invasão, o proprietário é responsável por essa questão. Nosso cuidado é com áreas públicas e trabalhamos com a fiscalização. Temos hoje 40 áreas invadidas no município, então nossa missão é mudar esse quadro, para que as famílias não vendam o espaço a outras. Quando recebemos denúncia também fiscalizamos e tomamos providências”.

Moradias

“Trabalhamos por meio do plano de habitação para que todas sejam atendidas e orientamos aqueles que estão em área de invasão para que busquem a prefeitura e façam cadastro para serem contemplados com moradia. A nossa projeção para o futuro é acabar com todas essas áreas que são ocupadas”.

Ginásio

“Ainda temos uma demanda de famílias no Ginásio do São Cristóvão. Dentro do planejamento de mudanças houve conflitos de famílias que não poderiam ir para o Jardim Veneza e não tinham para onde ir. O prefeito optou pelo remanejamento delas ao ginásio para que pudéssemos trabalhar projetos. Hoje temos nove famílias ainda no ginásio e estamos terminando de edificar casas no Turisparque para que elas possam ter uma vida digna”.

Associação de moradores

“As associações de moradores contam com diretoria e o poder público não pode gerenciá-las, mas mesmo assim damos suporte e temos nos empenhado em auxiliá-las no processo de regulamentação. Há muitas associações com deficiência em documentações, onde ocorrem eleições e a ata não é registrada, então essa exigência compete à própria diretoria”.

Salões comunitários

“Primeiro precisamos fazer com que os presidentes das associações de moradores tenham comprometimento com esses espaços. Por vários anos houve reforma, mas infelizmente quando ocorre a troca de presidentes não manutenção de cuidados. Alguns estão em situações precárias, mas se nós conversarmos com presidentes de associações atuantes, eles não querem se envolver com isso. Então, nesses casos, o município tem que dar outra destinação a esses espaços. Entretanto, acredito que até o fim do ano conseguiremos fazer algumas melhorias em alguns salões”.

Preservação

“Temos conversado com o prefeito e uma lei específica para os salões comunitários está praticamente pronta. Acredito que isso ajudará o município e atribuirá responsabilidades aos presidentes de associações de moradores. Praticamente todos os salões comunitários receberam investimentos em outras gestões, mas se observamos o do Bairro Santa Cruz e do Brasmadeira, por exemplo, estão completamente sem condições de uso”.

Defesa Civil

“A Defesa Civil é um departamento da Secretaria de Ação Comunitária. Nossa missão não é só entregar lona às famílias. Nas escolas, desde cedo conscientizamos a criança com relação ao meio ambiente e ao consumo de água e também orientamos as famílias. Durante este ano graças a Deus não houve fortes chuvas e temporais que provocaram estragos, mas tivemos casas incendiadas e laudos de moradias que correm riscos de desabar e que precisam de atendimentos”.