Brasil – A investigação a respeito de doações irregulares da empresa Odebrecht a campanhas políticas pegou fogo em abril de 2017. Inquéritos autorizados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) autorizaram investigações a respeito de movimentações suspeitas entre políticos com foro privilegiado e a empreiteira, envolvendo ao menos R$ 470 milhões em propina.
Foram envolvidos nas delações políticos de 16 partidos e outras pessoas sem agremiações, como marqueteiros e ex-dirigentes de órgãos públicos. A lista do STF implicava oito ministros do Governo Michel Temer, 24 senadores, 39 deputados e três governadores.
Ainda em abril, o ministro do STF autorizou a abertura de inquérito contra oito ministros, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes da Câmara e do Senado. Também faziam parte da lista três governadores e 24 políticos. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou 83 pedidos de inquérito ao Supremo com base nas delações dos 77 executivos da empreiteira Odebrecht. Além dos inquéritos, a Procuradoria solicitou ainda 21 pedidos de declínio de competência.
Na delação, executivos da Odebrecht confirmaram e detalharam o repasse de R$ 37 milhões em doações irregulares – o chamado caixa dois – para a campanha presidencial de 2014. As campanhas eleitorais do PT, do PSDB e do PSC receberam R$ 24 milhões, R$ 7 milhões e R$ 6 milhões, respectivamente, conforme os delatores.
Presos, o publicitário João Santana e a esposa, Mônica Moura, assinaram acordo de delação premiada com a procuradoria-geral da República. O casal foi responsável pelo marketing das campanhas de Dilma Rousseff, em 2010 e em 2014. Os dois foram presos na 23ª fase da Operação Lava Jato, mas foram soltos depois de pagar fiança de R$ 31 milhões e foram proibidos de atuar em campanhas eleitorais.
A marqueteira Mônica contou ter tratado pessoalmente com a ex-presidente Dilma Rousseff repasses para a campanha de 2014 por meio de caixa dois e que essa reunião com a então presidente teria ocorrido no próprio Palácio do Planalto.
Quadrilhas desarticuladas no Paraná
Abril também foi o mês da desarticulação de quadrilhas. Uma delas atuava em cinco estados. Mil cabeças de gado, 27 carros, um barco, quase 200 relógios de luxo e imóveis de alto padrão foram confiscados pela Polícia Federal de Cascavel. Os bens estavam em poder de uma quadrilha de traficantes de drogas que atuava no Paraná, em Mato Grosso do Sul, em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia e movimentava milhões de reais todos os meses. Foram 16 presos, sendo dois agentes públicos: um policial e um vereador, ambos do Mato Grosso do Sul.
A polícia também colocou em prática a Operação Bagre. A PF montou a ação no Paraná e em outros três estados para desarticular uma quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas. Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, três de condução coercitiva e 14 de busca e apreensão. Todos expedidos pela Justiça Federal de Foz do Iguaçu.
No oeste do Estado, foram cumpridos mandados em Foz do Iguaçu, Medianeira e Santa Helena. A investigação apontou que a quadrilha era responsável pela entrada de drogas do Paraguai enviadas para Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Em um ano e meio de investigação, ao menos R$ 800 mil haviam sido movimentados.
Para pegar uma quadrilha que assaltou uma empresa de transporte de valores em Cidade do Leste, a polícia montou um verdadeiro exército. Foram mais de 3 mil policiais, três helicópteros e centenas de viaturas. A ação foi deflagrada na região da tríplice fronteira. Dos 50 participantes da ação criminosa, três foram mortos e 12 presos na ocasião.
Sistema penitenciário
Auditoria feita pelo Tribunal de Contas mostrou que o sistema penitenciário está repleto de falhas e sem um plano capaz de trazer soluções de curto prazo. A auditoria mostrou que o déficit de vagas é mais grave nas delegacias. O estudo mostrou que em dezembro de 2016 haviam 18,1 mil vagas disponíveis com 19,2 presos, déficit de 1.134 vagas, situação que só se agravou ao longo do ano.
Vítima de queimadura
Maria Luiza Kamei, de 20 anos, faleceu em Curitiba após passar 48 dias em coma. Estudante de Medicina, ela era de Maringá e teve 80% do corpo queimado na explosão do apartamento onde morava em Cascavel. O acidente ocorreu no dia 11 de março de 2017.
Na política
Quase 200 mil eleitores do Paraná voltaram às urnas no início de abril para escolher os novos prefeitos de quatro municípios cuja eleição de outubro de 2016 fora anulada pela Justiça. Do oeste, o único foi Foz do Iguaçu. Para a eleição, a Polícia Federal foi convocada para reforçar a segurança na Ponte da Amizade e nos locais de votação.
A justiça cassou o diploma do prefeito reeleito de Serranópolis do Iguaçu, Luiz Ferri, por compra de votos em 2016.
No esporte
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva decidiu, por unanimidade, confirmar a penalização do J.Malucelli com a perda de 16 pontos. Com isso, o time da capital do Paraná foi rebaixado para a Segunda Divisão. A decisão beneficiou o Toledo, que se manteve na Primeira Divisão.
Depois de sete anos, a Seleção Brasileira voltou a liderar o ranking da Fifa. A seleção chegou ao topo depois de nove vitórias seguidas. Mas terminou o ano em segundo lugar.
Solidariedade
O Paraná deu sua contribuição para socorrer a população do Peru, onde fortes chuvas e deslizamentos causaram pelo menos 97 mortes. Defesa Civil e Corpo de Bombeiros embarcaram 75 barracas em um avião da FAB e elas serão usadas para atender a população de Trujillo, no litoral norte do País.
Compra de uniformes
A licitação para a compra dos kits dos uniformes escolares de 2017 em Cascavel – que ocorreria em abril – foi transferida para 3 de maio. A mudança ocorreu por conta de impugnações de empresas interessadas no processo. Os questionamentos foram aprovados pelo Comitê de Acompanhamento de Compras. Um novo edital, com as alterações, precisou ser elaborado e publicado no Diário Oficial do Município.
As impugnações, encaminhadas por sete empresas, eram a respeito de especificações técnicas sobre tecidos, costuras e zíper, entre outras questões relacionadas à produção dos kits.
Investimentos e emendas
Em abril, o Estado anunciou o recebimento de R$ 35 milhões em emendas parlamentares para a saúde, verba disponibilizada por deputados estaduais para 206 municípios. A liberação de R$ 3,8 milhões para reforma de unidades de saúde da família; R$ 1,9 milhão para compra de equipamentos de fisioterapia; R$ 27,1 milhões para compra de veículos de transporte sanitário.