Berlim – Contrariado o ditado de que o tempo cura todas as feridas, a seleção brasileira de futebol entra em campo nesta terça-feira estigmatizada para enfrentar a Alemanha, às 15h45 (de Brasília), no Estádio Olímpico de Berlim (ALE), em seu último teste antes da convocação do técnico Tite para a Copa do Mundo Rússia 2018.
É a primeira vez que as equipes principais dos dois países se encontram depois da fatídica semifinal da Copa 2014 para o futebol brasileiro. A goleada por 7 a 1 no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), ficou marcada como uma cicatriz, como o Mineiraço, numa alusão ao “Maracanazo” da Copa de 1950.
Obviamente, jogadores e comissão técnica evitam atrelar o jogo de quatro anos atrás ao desta terça-feira. “Martelamos muito sobre o 7 a 1 porque não é normal no futebol, numa seleção como a do Brasil, ser surpreendida como foi. Mas todo europeu respeita, sabe que aquilo é passado, e nós queremos escrever uma nova história. É uma boa recordação para os alemães, para nós é com tristeza. Mas é passado, hoje a seleção está muito melhor preparada, pronta para enfrentar a Alemanha, uma das favoritas à Copa. Temos que demonstrar nosso valor e nosso trabalho”, disse o zagueiro Miranda, que não participou da Copa no Brasil e hoje é um dos pilares da equipe.
Já o zagueiro alemão Jérôme Boateng, campeão do mundo há quatro anos, se diz ansioso para reencontrar a seleção brasileira, ainda mais no palco de hoje: “sempre sonhei jogar no Estádio Olímpico contra o Brasil. Eu estou realmente ansioso para o jogo. Vamos encontrar um Brasil forte e motivado, e isso é bom. O Brasil é um dos melhores times, e estamos ansioso para ser testados contra eles”.
Em campo
A ansiedade não é só de brasileiros e alemães para o jogo hoje, afinal, opõe as duas primeiras seleções no ranking da Fifa – a Alemanha lidera – e às vésperas da Copa do Mundo. Para os treinadores das equipes, entretanto, o jogo de hoje será de testes para o Mundial. No Brasil, o técnico Tite coloca Fernandinho em campo no lugar de Douglas Costa em relação ao time que venceu a Rússia na sexta-feira. Já Joachim Löw confirmou pelo menos quatro mudanças em relação à formação que empatou com a Espanha na sexta: o lateral-esquerdo Plattenhardt no lugar de Hector e as entradas do volante Gündogan e do atacante Sané, além da saída do goleiro Ter Stegen. Remanescentes do 7 a 1, Mesut Özil e Thomas Müller também estão fora. Eles foram liberados na seleção no fim de semana. Assim, apenas Boateng, Hummels, Ginter, Kroos e Draxler seguem como remanescentes do 7 a 1. No Brasil, além de Fernandinho, Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo, Paulinho e Willian estavam naquela partida em 2014.