Moradores do Bairro Canadá, de Cascavel, enfrentam uma situação preocupante. Desde o início do funcionamento do Colégio Estadual Acquilino Massochin, em 2017, o tráfico e uso de drogas tem trazido sérios problemas.
“A gente vê pessoal usando crack, maconha. É um problema muito sério. Já conversei com a direção do colégio para que pedissem ao NRE [Núcleo Regional de Educação] a presença da Patrulha Escolar, que é um projeto do governo estadual, mas até agora nada”, relata a presidente da Associação de Moradores do Bairro Canadá, Neide Alves Pereira.
Uma das medidas solicitadas por Neide à direção do colégio foi promover um trabalho de orientação entre pais e alunos na tentativa de amenizar o problema. A proposta até ajudou a reduzir o número de estudantes que, no portão e nos arredores do colégio, estavam em contato direto com o mundo das drogas.
“O próprio colégio começou a trabalhar principalmente com os pais, o que tem ajudado bastante. Porém, só isso não é suficiente”, diz Neide, que reforça a cobrança da comunidade ao Estado: “Precisa de uma Patrulha Escolar na entrada e na saída do colégio, ficar sempre no portão. O que adianta [o Estado] ter o projeto e não funcionar? É preciso combater o problema quando ainda está no início, senão mais tarde, quando já se chegou em uma situação extrema, não conseguimos consertar as coisas”.
Ruas sem asfalto
Outra questão que sempre está em pauta na Associação de Moradores do Bairro Canadá são as ruas que ainda não possuem asfalto. Entre as mais pedidas à prefeitura estão a Treze de Maio e Dom Pedrito, que interligam ainda a Rua Presidente Bernardes, a única das três em bom estado de conservação.
Quem trafega por estes dois locais vê o caos em que as ruas se encontram. Em dias de chuva, o material que foi improvisado para esconder buracos e minimizar os prejuízos da comunidade, começa a se deteriorar por conta da qualidade.
“Nessas ruas o asfalto é feito de qualquer jeito. Quando chove detona tudo, a enxurrada leva”, conta Neide. A Associação já solicitou ao poder público municipal providências, o que, segundo a presidente, ainda não ocorreu.
Segurança
O que tem dado muito certo no Bairro Canadá é o projeto Vizinho Solidário, que há praticamente um ano está ativo. Com placas penduradas nos portões das residências e nas portas dos estabelecimentos comerciais, moradores ficam de atentos para combater a criminalidade.
O projeto funciona bem quando, por exemplo, um vizinho sai para viajar ou passa um tempo determinado fora de casa. Sabendo disso é que a população que participa da iniciativa de segurança tenta ajudar. “A gente sempre se fala em um grupo de WhatsApp, ferramenta que tem contribuído muito para o sucesso do projeto e sua manutenção”, comenta Neide.
Queda de ponte
A queda da ponte na Rua Antônio Damian, que liga os bairros Canadá e Claudete, trouxe um problema inesperado. Segundo Neide, dez estudantes do Colégio Estadual Acquilino Massochin tiveram de pedir transferência ao Colégio Estadual Júlia Wanderley.
“Os alunos que moram do lado de lá da ponte não conseguem vir para o colégio aqui no Canadá e por conta disso tiveram que mudar. Este é um problema muito sério e que está dificultando o acesso das pessoas. Muitas crianças e adolescentes que ainda estudam aqui no bairro têm que enfrentar a marginal na BR-467 para chegar até a escola”, lamenta a presidente.
A ponte foi levada pela enxurrada em novembro do ano passado. A reconstrução começou em janeiro deste ano, mas devido aos temporais, tudo que havia sido feito foi destruído.