Cascavel – Em um pronunciamento de exatos 49 segundos divulgado pelas redes sociais na noite de ontem, o ex-prefeito Edgar Bueno (Pros) anunciou que não vai mais disputar as eleições de Cascavel. Ele tentaria seu quarto mandato.
A notícia correu a imprensa já no início da tarde, quando o próprio Edgar admitiu que a intervenção no PSL local inviabilizou sua candidatura. Sem o apoio da sigla, ele fica sem tempo de TV/rádio para a campanha, que, em tempos de pandemia, é mais do que relevante.
Edgar reclama do que chama de manobra que teria sido orquestrada pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) e o presidente estadual do PSL, deputado estadual Fernando Francischini. Na semana passada, Francischini dissolveu a provisória do partido em Cascavel, que era comandado por Paulo Porsch, um dos principais articuladores da campanha de Edgar Bueno.
“Tomaram o partido nosso. O prefeito [Paranhos] foi para Curitiba, sentaram [sic] lá com o Francischini, não sei a que custo. Mas só sei o prejuízo que nos deu. Tiraram o PSL das nossas mãos, o principal partido da nossa coligação. Por isso estou anunciando aqui a nossa desistência”.
A decisão de Edgar, sete dias antes do prazo final das convenções partidárias, pode ter mudado completamente o cenário eleitoral em Cascavel.
Edgar tem um eleitor cativo que, embora não fosse suficiente para lhe dar a eleição, incomodaria os adversários. Isso sem contar sua presença nos debates. A saída de um prefeiturável também engrossa a briga entre os que sobraram, pois dificilmente o voto do seu eleitor migrará para o atual prefeito. Assim, se Edgar decidir apoiar publicamente algum nome, pode ajudar a levar a disputa para o segundo turno. Só que esse é outro problema. Quem apoiar? Márcio Pacheco lhe tirou o comando do PDT. Paulo Porto, do PT, fez oposição ao seu governo no último mandato. Sobra Evandro Roman (Patriotas), que pode herdar o PSL caso o deputado Coronel Lee reassuma a sigla.
Por falar em apoio, no início da semana Pacheco se reuniu com o governador Ratinho Junior para garantir que vai disputar a prefeitura e pediu tratamento isonômico do governo às candidaturas, prevendo uma possível vantagem ao atual prefeito. Ouviu que ninguém receberá privilégios.