Policial

Vítimas de violência ficam até 40 dias sem serem ouvidas

Em Cascavel, junho começou com 113 casos para a realização de escuta, com tempo de espera de 30 a 40 dias por caso

Vítimas de violência ficam até 40 dias sem serem ouvidas

Procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, a escuta especializada é a forma de menores vítimas de violência serem atendidos e ouvidos pelas autoridades competentes de forma mais eficiente e sem exposição do trauma de forma recorrente. Em Cascavel, junho começou com 113 casos para a realização de escuta, com tempo de espera de 30 a 40 dias por caso.

Os números são da Secretaria de Assistencial Social e do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e, segundo o presidente do CMDCA, Valdair Debus, foram influenciados pela pandemia.

“Durante a pandemia, houve dias em que não foram feitas escutas, por conta de decretos, mas agora os atendimentos voltaram e talvez a boa notícia seja que aumentou o número de horas dos três profissionais que estão cedidos [um da Ação Social e dois da Saúde] e que fazem a escuta. Esperamos que isso venha suprir a demanda, porque não se pode esperar nesses casos, pois isso pode causar prejuízos à política pública que garante o direito criança e adolescentes”, diz Debus.

A preocupação com a demora na realização da escuta especializada, feita por profissionais do Município cedidos ao Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente), da Polícia Civil, é que o tempo prejudique na coleta de informações e provas. A gravidade da situação e a manutenção do convívio entre violentados e violadores podem fazer com que os crimes se percam, sejam esquecidos ou ainda pior, que se repitam.

A escuta especializada ocorre na sede do Nucria, na Rua das Palmeiras, 3.427, no Bairro Coqueiral. O serviço ocorre nas terças e nas quintas-feiras, durante o dia, e às quartas-feiras, no período da tarde.