Brasília – O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nessa segunda (8) que existe consenso para que as eleições municipais deste ano sejam adiadas por algumas semanas em função da pandemia do novo coronavírus. “Há um certo consenso médico de que o adiamento das eleições por algumas semanas é bom, mas todos concordam que é possível fazer neste ano porque nos primeiros meses de 2021 o quadro epidemiológico vai estar muito semelhante”, disse. Pouco antes, Barroso se reuniu com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
De acordo com Barroso, que diz ter consultado médicos e epidemiologistas, existe uma “preocupação democrática” para que o pleito ocorra ainda em 2020 e evite o prolongamento dos mandatos de prefeitos e vereadores. “É razoável esperar que o processo eleitoral possa se desenrolar entre meados e o fim de novembro e as primeiras semanas de dezembro”.
Barroso destacou ainda a necessidade da aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para alterar a data das eleições, e negou a possibilidade de prorrogar o segundo turno para janeiro de 2021. “Temos que resolver em dezembro”, pontuou ele, ao citar 20 de dezembro como data-limite estabelecida pela Justiça Eleitoral.
O presidente do TSE contou ainda que será preparada uma cartilha para orientar os eleitores a respeito do processo de votação em meio à pandemia. “Não se pode passar álcool em gel e colocar o dedo nas urnas, porque estraga o equipamento. Vamos ter que pensar em um mecanismo para que haja a higienização [da urna] imediatamente após a votação”, adianta Barroso.
Dentre as medidas discutidas para a realização do pleito, Barroso cita o prolongamento do horário de abertura das urnas e descarta, neste momento, uma eleição em dois dias devido ao aumento dos custos e segurança das urnas. “Há muitas preocupações”, avaliou.