Saúde

Com novo recorde diário, Brasil passa marca de 20 mil mortos

Ministro da Saúde diz que Região Sul deve se preparar para aumento de casos

Com novo recorde diário, Brasil passa marca de 20 mil mortos

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (21) que o Brasil chegou a 20.047 mortes em decorrência da covid-19, registrando aumento de 1.188 óbitos desde as informações divulgadas na quarta. A pasta explica que nem todos os falecimentos aconteceram nas últimas 24 horas, pois dependem da confirmação dos exames.

O País registra agora 310.087 pacientes confirmados com a doença, um crescimento de 18.508 novos casos em um dia. A ampliação da testagem pode ajudar a explicar o crescimento do número nos últimos dias.

Nas duas últimas semanas, em números absolutos, o Brasil saltou da sétima para a terceira posição entre as nações com mais casos de covid-19. Com isso, se mantém como um dos países em situação mais crítica do mundo em número de infecções, atrás de Rússia, que contabiliza 317 mil casos, e Estados Unidos, com mais de 1,5 milhão.

Na lista de países com mais mortes acumuladas, o Brasil ocupa a sexta posição. Só fica atrás de Estados Unidos (93.863), Reino Unido (36.124), Itália (32.486), França (28.218) e Espanha (27.940).

O mundo passou ontem de 5 milhões de infectados e somou 328.462 mortes.

Por estados
São Paulo continua como estado com mais casos da doença: 73.739. Em seguida vêm Rio de Janeiro (32.089), Ceará (31.413), Amazonas (25.367) e Pernambuco (23.911).
Em relação às mortes, São Paulo também lidera os números, com 5.558 óbitos. Depois vêm Rio de Janeiro (3.412), Ceará (2.161), Pernambuco (1.925) e Pará (1.852), que ultrapassou Amazonas (1.620).

Epidemia vive “nova etapa” e avanço ao interior é inevitável

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (21) que a pasta tem verificado uma redução de casos em algumas capitais do Norte e do Nordeste e que o avanço da epidemia ao interior “é inevitável”.

“Nosso país, que é continental, está impactado de forma diferente de Norte a Sul. Temos uma linha imaginária passando pelo Mato Grosso até a Bahia, onde o impacto maior está nas regiões Norte e Nordeste, já impactados, já preparados, e cada um com a curva no seu nível”, disse.

Segundo ele, a pasta verifica uma “redução significativa” de casos e da necessidade de leitos em algumas capitais dessas regiões. Contudo, ele não citou quais seriam essas cidades. Em Manaus, cidade que vive colapso na saúde, especialistas dizem que ainda é cedo para uma análise e apontam risco de novo avanço caso sejam afrouxadas medidas de isolamento.

“Uma terceira etapa é uma progressão para o interior desses estados. É inevitável”, alerta Pazuello. “Essa progressão vai acontecer, e temos que estar preparados, aumentando ainda a capacidade [de atendimento] das capitais e cidades maiores, porque também serão o destino dessas pessoas que vão buscar o tratamento”.

Ele defendeu investimentos em capacidade de transporte para envio de pacientes a cidades maiores e aumento de leitos em hospitais do interior, sem, contudo, citar medidas específicas.

Para Pazuello, a regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste ainda devem ter maior aumento de casos do novo coronavírus. “Ao Sudeste, Sul, Centro-Oeste, é a hora de se preparar. É hora de acumular meios, estruturar UTI, habilitar leitos, adquirir insumos e equipamentos e se preparar para o combate, com a vantagem de estarmos observando o que está acontecendo e como foi o impacto no Norte e no Nordeste”, afirmou. “Rezamos para que o impacto seja menor, mas virá um grau de impacto, ou poderá vir.”

As declarações ocorreram em reunião com secretários estaduais e municipais de saúde. O encontro marcou o primeiro discurso de Pazuello à frente da pasta desde a saída do ministro anterior, Nelson Teich.

Em uma tentativa de obter apoio, Pazuello disse que gestores precisam ser “apartidários, não ideológicos, pragmáticos e objetivos” e defendeu união com estados e municípios. “Nesse momento, nossa missão é mitigar os efeitos da pandemia e salvar vidas, e todos os dias estamos acompanhando essas perdas”, afirmou.