Esportes

Automobilismo precisa proteger preparadores

O automobilismo foi uma das primeiras modalidades esportivas a suspender as competições. Assim, os preparadores estão sem trabalho desde o início do ano

Rubens Gatti diz que a indústria do automobilismo precisa proteger os preparadores - Foto: Mario Ferreira
Rubens Gatti diz que a indústria do automobilismo precisa proteger os preparadores - Foto: Mario Ferreira

A pandemia do coronavírus bagunçou o Brasil do Oiapoque ao Chuí, forçou milhões de brasileiros a ficarem em casa e o governo trabalha para diminuir o impacto na economia, preservar emprego e garantir que as classes que ficaram sem renda durante o período de quarentena recebam auxílio financeiro do governo.

O automobilismo foi uma das primeiras modalidades esportivas a suspender as competições. Assim, os preparadores estão sem trabalho desde o início do ano. Eles são considerados por Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense de Automobilismo (FPrA), os mais prejudicados da “cadeia” do automobilismo.

Para Rubens Gatti, o automobilismo é uma indústria sem chaminé, que precisa proteger os preparadores. Será importante que as competições sejam retomadas tão logo as autoridades de saúde digam que não há a risco à saúde com aglomerações. “Os preparadores estão para o automobilismo como os mestres de obras estão para a construção civil. Sem eles não há atividade. São fundamentais para o esporte e são os que estão mais sofrendo com essa crise. Teremos que retomar os campeonatos tão logo seja possível”, afirma Rubens Gatti.

Rubens Gatti diz que o automobilismo gera muito empregos e os preparadores representam mais de 50% da força de trabalho. “Se o Brasil tem mais de 8 mil pilotos registrados na CBA [Confederação Brasileira de Automobilismo], existe praticamente o mesmo número de preparadores. Levando por base que cada preparador tem em média dois colaboradores, são três famílias que vivem do automobilismo por cada piloto. Acrescentando os casados e com filhos, poderemos ter mais de dez pessoas que depende do automobilismo por cada piloto. É muita gente e teremos que buscar uma forma de protegê-los porque são os mais afetados nesta crise”, diz Gatti.

Gatti também destaca que os preparadores são pessoas apaixonadas pelo automobilismo, mas, diante da crise e com a necessidade de sustentar suas famílias, muitos poderão partir para outros segmentos e o esporte poderá perder muitos profissionais. “Hoje já há uma carência de preparadores. Se perdemos profissionais, será muito ruim para o automobilismo. Um bom preparador não é formado do dia para a noite. Leva anos”, finaliza Rubens Gatti.

Nas corridas de kart, um exército de preparadores atua nos bastidores e à beira da pista
A maioria dos preparadores do automobilismo estão no kart

 

 

Fotos: Mario Ferreira