O Alzheimer é uma doença clinicamente caracterizada pela perda progressiva do volume cerebral global – e de funções cognitivas como memória, atenção, concentração e linguagem – e, mais especificamente, de alterações na área do cérebro denominada hipocampo, responsável pela fixação das memórias. Apesar de atingir, habitualmente, pessoas na faixa etária acima dos 60 anos, alguns casos acometem pessoas antes dessa idade.
Esquecimentos, desorientações no tempo e espaço costumam ser os primeiros sintomas. A dificuldade em lembrar palavras também é muito comum e pode acontecer já nos primeiros anos da doença. Os sinais da doença evoluem com o tempo e não têm cura. Mas, como atuar precocemente no diagnóstico e no tratamento?
Fatores de risco como predisposição genética individual, diabetes mellitus, hipertensão arterial, depressão, surdez, baixa escolaridade, sedentarismo, consumo elevado de gordura saturada, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, infecções recorrentes por vírus da família herpes ou mesmo exposição crônica à poluição atmosférica são fatores que frequentemente são associados a uma maior chance de desenvolver o Alzheimer.
Há uma maior prevalência da doença em mulheres, na proporção aproximada de dos casos em mulheres para cada caso em homem. Acredita-se que isso ocorra devido a fatores como maior expectativa de vida entre as mulheres, exposição a fatores hormonais durante a vida ou mesmo predisposição gênica associada ao gênero.
Estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de algum tipo de demência no mundo. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 70% dos casos de demência são causados pelo Alzheimer. No Brasil, segundo a OMS, o número de pessoas vivendo com demência deve triplicar até 2050.
Diagnóstico
Os pilares do diagnóstico do Alzheimer são: avaliação médica criteriosa, exames de neuroimagem, testes cognitivos para avaliar a memória e outras funções cognitivas. Outros exames, como a coleta de líquido cefalorraquidiano para avaliar biomarcadores, podem ser necessários.
Seguir adequadamente as recomendações médicas de tratamento, realizar reavaliações médicas periódicas e orientar adequadamente os familiares sobre todos os contextos possíveis relativos à doença, ensinando-os a lidar com ela, são passos fundamentais para uma boa evolução do paciente durante o tratamento.
Tratamento
O Alzheimer não tem cura, mas possui tratamento. Há fármacos de uso consensual para o tratamento da doença, visando atuar sintomaticamente, porém, infelizmente, eles não interrompem os processos neurodegenerativos associados à doença e que levam ao quadro demencial.
O tratamento médico adequado, sobretudo quando iniciado precocemente, faz com que a doença se estabilize ou progrida mais lentamente, permitindo que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida, maior inserção nas atividades familiares e sociais e menos complicações clínicas associadas.
Prevenção
Exercitar a mente com atividades contínuas de aprendizado, atividades físicas regulares desde jovem (aeróbicas ou musculação), dieta do tipo MIND, que consiste em uma dieta que recomenda dez grupos de alimentos saudáveis para o cérebro, sendo eles: vegetais de folhas escuras, legumes, leguminosas, frutas vermelhas, oleaginosas, vinho tinto, azeite de grãos integrais, peixes e aves e cinco grupos de alimentos para se evitar, sendo eles: manteigas e margarinas, frituras e fast-foods, queijos, produtos processados e doces e carne vermelha.
Além disso, cuidados com os fatores de risco clínicos ou mentais costumam ser associados à prevenção da doença.
Fonte: Maurício Lima Lobato, médico neurologista e neurofisiologista
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