O Governo do Brasil enviou no último sábado (25), 20 mil centímetros quadrados de pele humana ao Peru. Os tecidos irão ajudar no tratamento de queimaduras graves em crianças e adultos, após um acidente com caminhão de gás, na quinta-feira (23), que deixou cerca de 50 pessoas feridas em Lima, capital peruana. A iniciativa partiu do Ministério da Saúde brasileiro que ofereceu apoio ao país vizinho.
“Os países precisam se colocar à disposição em tragédias como essa. Ajudar nosso vizinho peruano não é somente um ato de solidariedade, mas também de empatia”, afirma o Ministro da Saúde em exercício, João Gabbardo.
A primeira remessa de pele humana do Brasil será transportada por duas companhias aéreas brasileiras que também se disponibilizaram a ajudar.
Atualmente, o Brasil possui quatro bancos de pele localizados nos estados do Paraná (Curitiba), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), São Paulo (São Paulo) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre). Em todos eles há estoque suficiente para atender as possíveis demandas brasileiras.
Pele humana para tratar queimaduras
A pele humana é utilizada como um curativo biológico para pacientes que sofreram graves queimaduras. No início do tratamento, é retirada a pele queimada e transplantada a pele doada em substituição aos tecidos carbonizados e mortos. Considerada a melhor opção terapêutica nestes casos por reduzir infecções e dores, além de acelerar a recuperação e, assim, diminuir o tempo de internação do paciente.
O material é proveniente de doadores e costuma ser retirado do dorso das coxas, braços e costas após confirmação de morte cerebral, como ocorre em doações de órgãos. “Tragédias como essa no Peru, que vitimou tantas crianças e jovens, nos faz refletir sobre a importância e necessidade de sermos doadores de órgãos e tecidos para termos estoque permanente destes materiais”, ressalta João Gabbardo.
A quantidade de pele dos bancos destinados para utilização terapêutica é mensurada em centímetros quadrados. Em 2018, foram utilizados no Brasil 83.559 cm² de pele humana.