Reportagem: Josimar Bagatoli
A tabela de reposição da tarifa do transporte público está em análise na Transitar (Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Cidadania) (que substituiu a Cettrans), em Cascavel. As empresas que prestam o serviço na cidade reivindicam um reajuste que chega a 17,9%, que elevaria a tarifa atual de R$ 3,90 para R$ 4,60. O valor já foi recusado pelo Paço.
Dentre os itens da lista de reivindicação estão reajuste inflacionário, gasto com servidores, desgaste dos veículos e diesel. Ano passado, o embate esteve centralizado no combustível. Isso porque um incentivo fiscal sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do diesel foi mantido devido a um abatimento feito pela prefeitura, que passou a subsidiar o valor para que as empresas segurassem a tarifa abaixo dos R$ 4 – elas queriam passagem de R$ 4,15, reajuste de 14%.
As empresas que prestam o serviço em Cascavel são a Pioneira e a Viação Capital Oeste.
A partir do protocolo das planilhas, a prefeitura deve se posicionar no início do próximo mês. Em 2017 a tarifa era de R$ 3,55, subiu para R$ 3,65 em 2018 e para R$ 3,90 em 2019. “Estamos analisando os valores e fazendo estudos sobre os reajustes reivindicados. As empresas pedem que a tarifa fique entre R$ 4,30 e R$ 4,60. O valor depende de uma série de análises, que depois serão encaminhadas ao prefeito [Leonaldo Paranhos] para que seja decretado o valor definitivo”, explica Vander Piaia, liquidante da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito).
Nova licitação
O prefeito Leonaldo Paranhos prepara a contratação de um estudo para analisar o formato da nova licitação para a futura empresa que executará o transporte público na cidade. O atual contrato vence em dezembro de 2021. “Esse estudo nos dará um rumo a respeito do modelo atual: bilhetagem, quilômetro rodado ou passageiro transportado. Estamos avaliando tudo isso… terá que ser um amplo estudo, completo… não podemos errar”, ressalta o prefeito.
Ano passado a prefeitura e as empresas que prestam o serviço tiveram um embate na Justiça em relação ao controle da bilhetagem. A ValeSim, criada pela duas empresas de transporte, não admitia perder a administração dos recursos, após aprovação de uma lei na Câmara de Vereadores que devolvia ao Município o direito de comandar a movimentação.
Paranhos admite que é cogitado o fim da ValeSim, repassando à Transitar a administração do sistema, porém, tudo será analisado com cautela. “O primeiro passo foi a aprovação da lei. A empresa recorreu à Justiça em Cascavel e em Curitiba, perdendo em ambos os casos. Precisamos avaliar o que é melhor: ter o controle, administrar a bilhetagem… isso é possível legalmente, mas tudo tem que ser analisado. O transporte não pode parar”, diz Paranhos.