São Paulo – O dólar voltou a fechar em alta nessa terça-feira (26) e renovou a máxima de fechamento nominal, com os investidores reagindo a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”. Durante boa parte do pregão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 4,27.
O dólar subiu 0,63%, a R$ 4,2394. Contudo, na máxima da sessão, chegou a R$ 4,2771. Trata-se da maior cotação intradia já registrada, sem considerar a inflação. O recorde anterior tinha sido registrado em 24 de setembro de 2015, quando bateu R$ 4,2484.
O avanço do dólar obrigou o Banco Central a reforçar a intervenção no mercado de câmbio. Por volta das 11h05, a alta da moeda teve uma leve desaceleração depois que o BC vendeu dólares no mercado à vista, em leilão extra, com taxa de corte de US$ 4,232. Um segundo leilão à vista foi feito por volta das 15h30, com corte de US$ 4,2390, devolvendo a cotação para baixo dos R$ 4,25.
Na parcial de novembro, a moeda norte-americana acumula alta de 5,73% sobre o real. No ano, o avanço até agora é de 9,43%.
Câmbio afeta os juros
Para o economista Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do Ibre-FGV, o dólar em alta deve reduzir a perspectiva do Banco de Central de baixar juros no ano que vem. Segundo ele, o câmbio não afeta a inflação como no passado, mas tira um pouco do conforto do BC para cortar juros. Contudo, ele acredita que o corte sinalizado para dezembro será mantido.
Na avaliação de Castelar, é difícil afirmar que esse novo patamar do câmbio veio para ficar e existem fatores que podem jogar contra esse movimento. Entre eles, Castelar destaca o fato de a economia voltar a crescer em ritmo mais acelerado e atrair investimentos estrangeiros.