Reportagem: Milena Lemes
Há um mês Cascavel está em alerta com o rodízio de abastecimento de água devido à estiagem. Apesar de a população estar colaborando e economizando água, ainda assim os cascavelenses consomem todos os dias uma média de 60 milhões de litros, o dobro da capacidade dos reservatórios.
O coordenador de produção de água da Sanepar, Jucimar Belo de Andrade, explica que a produção é constante. “A nossa produção vai de 26 milhões a 30 milhões de litros, que é a capacidade do reservatório, então a população usa a água do reservatório e durante o dia a gente continua a captação e o tratamento e manda para o reservatório, para não faltar água”.
A velocidade do consumo é maior que a quantidade produzida. “Agora [ontem pela manhã] está saindo 1,8 milhão de litros e entrando 1,4 milhão de litros, então nós estamos ‘perdendo’ água”, explica o coordenador do Centro de Controle Operacional, Alexandre Gabriel Castilho.
A água que chega até as torneiras das casas é captada nos Rios Cascavel, Peroba e Saltinho. O Cascavel é o principal manancial que abastece a cidade e perdeu 60% da capacidade de vazão nos últimos meses devido à falta de chuva.
Existem réguas instaladas em todos os rios para medir o nível da água. Elas têm um total de 2,7 metros e o ideal é que os rios tenham de 2,5 metros a 2,6 metros de água. Hoje eles estão com 2,1 metros. “Quando isso acontece nós temos que desligar uma das bombas, porque a vazão do rio diminuiu e a bomba vai puxar barro, sujeira ou até mesmo ar e isso pode fazer com que ela estrague, ou que a água chegue muito suja e a gente não consiga tratar”, explica Gabriel.
Economia
De abril a setembro de 2018 o consumo diário da população era de 63 milhões de litros, em média. Este ano, no mesmo período, o consumo é de 66 milhões, conforme a Sanepar. Apesar de o número ser maior, a companhia diz que a economia é de 1 milhão de litro por dia. “Nós temos que levar em consideração que a população também cresceu, então parece que 1 milhão de economia diária é pouco, mas em um mês significa meio-dia de consumo”, explica o coordenador do Centro de Controle Operacional, Alexandre Gabriel Castilho.
Toda água economizada permanece no reservatório.
Rodízio
A Sanepar adotou o rodízio no abastecimento de água no dia 13 de setembro. Desde então, apenas dois dias houve suspensão no fornecimento e diariamente a companhia avalia se é possível não fazer o corte. Hoje, por exemplo, o cronograma prevê que os Bairros Periollo, Maria Luiza, Parque São Paulo, 14 de Novembro e Guarujá fiquem sem água das 12h30 às 19h. Contudo, pela manhã a Sanepar divulga se poderá suspender o rodízio do dia.
O coordenador de produção de água da Sanepar, Jucimar Belo de Andrade, explica que, para o rodízio ser suspenso definitivamente, é preciso chover durante uma semana toda, e bastante. “A chuva tem que ser tranquila e em vários dias, porque assim ela abastece os pontos de recarga dos mananciais, infiltra no solo e chega aos lençóis freáticos, então nós conseguimos bombear para os postos de água e tratá-la”.
De acordo com a previsão do Simepar, é para chover em Cascavel na próxima quarta-feira (16), na sexta-feira (17) e no sábado (18), mas ainda em volumes inexpressivos.