Política

Sem solução, cresce a dívida da Asservel

A dívida que ultrapassava os R$ 3 milhões em março agora já supera os R$ 4 milhões

Sem solução, cresce a dívida da Asservel

Reportagem: Josimar Bagatoli

Prestes a completar 37 anos de existência, a Asservel (Associação dos Servidores Públicos Municipais de Cascavel) vê agravar a crise financeira da entidade. A dívida que ultrapassava os R$ 3 milhões em março agora já supera os R$ 4 milhões, saldo acumulado há mais de seis anos.

A entidade mantinha convênios com empresas e descontava os gastos dos associados direto na folha de pagamento, só que os valores deixaram de ser repassados para as empresas, deixando os parceiros no prejuízo. Uma enxurrada de ações tramita na Justiça. A situação veio à tona em 2014 e há dois anos a nova diretoria garantiu pagar essa conta e dar sequência à Asservel.

Ao que tudo indica, a solução para liquidar as contas virou mais um problema: embora esteja à venda toda a estrutura que fica na Rua das Palmeiras, no Bairro Coqueiral, não há interessados na compra do imóvel avaliado em R$ 13 milhões.

Fundada em 5 de outubro de 1982, a entidade tem apenas o imóvel doado pela prefeitura como possibilidade de pagar as contas, que acrescem com as ações trabalhistas. “Enquanto não entrar dinheiro não tem o que fazer. A Asservel está longe de ter um faturamento que subsidie os gastos e pague a dívida. A venda do imóvel é necessária. A área foi repassada à entidade por meio de doação, sem ônus, ou seja, não há o que impeça a venda do imóvel”, explica o advogado Jairo Ferreira Filho, que representa a Asservel.

A venda da área de 24 mil metros quadrados, com várias benfeitorias, foi aceita em assembleia há seis meses, e, apesar do anúncio de empreendimentos imobiliários interessados na negociação, a venda não se concretizou até agora.

O objetivo era destinar o terreno para construtoras interessadas em projetos habitacionais devido à área privilegiada bem perto do Centro.

Sem quitar as dívidas, a entidade tem uma avalanche de contas que se acumulam: despesas com funcionários, água, luz, telefone e limpeza. Por mês, os juros dessas contas chegam a R$ 80 mil.

Em 2016, devido a desentendimentos entre membros da diretoria passada, cogitou-se a extinção da entidade.

O presidente da Asservel era Paulo Pereira da Silva, que não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.

Em momentos anteriores, apesar da crise financeira, o atual presidente da Asservel, Jair Gêncio Paes, negou qualquer possibilidade de encerramento das atividades e anunciou uma auditoria na “caixa-preta” da Asservel que até agora não foi divulgada. Ele também não foi encontrado para falar sobre o assunto.