A falta de vitamina D pode aumentar o risco de depressão em pessoas com mais de 50 anos. É o que aponta o estudo feito na Irlanda e publicado no Journal of Post-Acute e Long-Term Care Medicine.
Especialistas responsáveis pela pesquisa acompanharam 3.965 pessoas nessa faixa etária durante quatro anos e constataram que 400 pessoas haviam desenvolvido depressão. Os participantes do grupo com nível baixo de vitamina D foram os que mostraram um risco 75% maior de apresentar a doença.
O psiquiatra Kalil Dualibi, presidente do Departamento Científico de Psiquiatria da APM (Associação Paulista de Medicina), corrobora com a pesquisa e reforça que a relação entre o nível de vitamina D e a saúde mental é estudada há séculos pela comunidade médica. “Para se ter como exemplo, em textos do Tratado de Hipócrates já havia menções sobre o hábito de tomar banho de sol para melhorar o humor”, explica.
A vitamina D pode ser útil para prevenir a depressão e também ajudar no tratamento de pacientes que já apresentam quadro depressivo.
Para Dualibi, é fundamental verificar o nível de vitamina D nos pacientes com depressão e fazer suplementação sempre que necessário. “Atendi um paciente frustrado por estar em tratamento havia tempos sem ter sucesso. Quando pedi exames, a vitamina D dele estava baixíssima, perto de 8ng/ml. Depois da suplementação, ele melhorou muito e nem precisei alterar as medicações”, afirma o médico.
Doenças crônicas
Para o especialista, pessoas com depressão devem ter atenção especial quando o assunto é o nível de vitamina D – assim como as que apresentam doenças crônicas como diabetes, hipertensão e osteoporose. “Pacientes com depressão também estão entre os grupos de risco porque eles costumam não ter vontade de sair de casa e a exposição ao sol é muito importante para produção da vitamina D”, lembra o especialista.
A falta do nutriente também está associada à diminuição da imunidade e ao comprometimento da massa óssea, o que pode favorecer o desenvolvimento de osteoporose. Sem o nível ideal de vitamina D, apenas entre 10% e 15% do cálcio é absorvido pelo organismo. Além disso, a ausência da vitamina tem relação com a evolução do raquitismo e até alguns tipos de câncer.
Fontes de Vitamina D: o sol não precisa ser sua única alternativa
Além da exposição ao sol de áreas específicas do corpo, como braços e pernas durante 15 a 45 minutos entre o período das 10h às 16h30 e sem filtro solar, o nível ideal de vitamina D pode ser alcançado também por fonte alimentar. Porém, garantir a ingesta adequada vitamina D só com alimentação é extremamente difícil.
De acordo com o médico, para atingir 2.000UI de vitamina D seria preciso ingerir cerca de 422g de salmão por dia ou 706g de sardinha (seis latas) ou ainda 80 gemas de ovo.
Por isso, uma opção mais prática e que não compromete a saúde é a suplementação. Atualmente no mercado, é possível encontrar a vitamina D em cápsulas moles, de fácil ingestão.