A Secretaria de Estado da Saúde informa que aumentou para 13 os casos confirmados de sarampo até esta quarta-feira. O Informe Epidemiológico número quatro, divulgado nesta quinta-feira (19), indica que 147 casos estão em investigação e um grupo de 20 pacientes já tiveram os exames negativos para a doença. Dos quatro novos casos confirmados um é de Curitiba, dois de Maringá e um de Ponta Grossa, com faixa etária de todos entre 20 e 29 anos.
“Embora todos os 13 casos sejam importados, sendo que 12 pessoas viajaram para São Paulo e uma para Santa Catarina, a circulação do vírus está acontecendo e ampliando o seu território no Estado. Por isso é importante estar vacinado”, alertou o secretário de estado da saúde, Beto Preto.
Os municípios que tiveram pacientes com registros de sarampo confirmados são Campina Grande do Sul, Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Rolândia e Jacarezinho. Curitiba aparece no informe com o maior número de casos – são sete confirmações. Em Maringá são dois pacientes e nos demais municípios uma confirmação.
A maior incidência de sarampo incide na faixa de idade entre 20 e 29 anos, com oito casos confirmados. Na faixa etária entre 40 e 49 anos estão confirmados dois casos. Entre 10 e 19 anos, 30 e 39 anos e 50 a 59 anos foi confirmado um caso em cada faixa de idade.
Até o início de agosto, o Paraná estava há 20 anos sem registro da doença. O último caso antes de 2019 aconteceu em 1999, remanescente do surto ocorrido no ano anterior. Em 1998 houve 873 casos no Paraná e um óbito decorrente de complicações da doença.
DOENÇA – O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida por vírus e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de cinco anos e podem causar meningite, encefalite e pneumonia, entre outras. O vírus é transmitido pela respiração, fala, tosse e espirro. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença.
Os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, exantema (manchas avermelhadas na pele que aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo). Podem ocorrer ainda outros sintomas como cefaleia, indisposição e diarreia. Como não existe tratamento específico para o sarampo é importante ficar atento ao aparecimento dos sintomas.
SITUAÇÃO GLOBAL – De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os surtos de sarampo se espalham rapidamente em todos os continentes. Nos primeiros sete meses de 2019 a OMS informa que mais de 364 mil casos de foram registrados em 182 países. No mesmo período em 2018 esse número foi de pouco menos que 130 mil casos, em 181 países
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são 3.339 casos confirmados até 7 de setembro. Os casos estão distribuídos em 16 estados, com a maior concentração em São Paulo.
VACINAÇÃO – A vacina contra o sarampo é gratuita e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. A secretaria estadual orienta a população para que fique atenta às datas da carteira de vacinação e aos registros de doses.
A dose zero deve ser aplicada em crianças entre seis e onze meses. A dose número um aos 12 meses de vida com a vacina tríplice viral (que previne sarampo, caxumba e rubéola), e a dose dois aos 15 meses com a vacina tetra viral (que previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora).
A população com até 29 anos deve receber duas doses da vacina. As pessoas que estão no grupo com idade entre 30 e 49 anos são consideradas vacinadas com apenas uma dose. Acima dos 50 anos a imunização é indicada somente nos casos de bloqueio vacinal, após a exposição a casos de suspeita da doença ou confirmados.
Mulheres que estão amamentando podem ser vacinadas. Aquelas que desejam engravidar devem aguardar no mínimo 30 dias após receber a dose da vacina. Os profissionais da área da saúde devem ser imunizados com as duas doses da tríplice viral em qualquer faixa etária, independente se atuam na atenção primária, secundária ou terciária.
Não têm indicação para tomar a vacina as pessoas com a imunidade baixa, mulheres grávidas e menores de seis meses de idade.
DOAÇÃO DE SANGUE – Neste período de inverno as doações de sangue reduzem bastante. O Hemepar orienta que para que a coleta seja feita é necessário primeiro fazer a doação de sangue para depois tomar a vacina do sarampo. Pessoas que foram vacinadas devem aguardar 30 dias para que estejam liberadas para a doação de sangue.
LOCAIS – Todas as Unidades de Saúde Básica no Paraná têm doses da vacina contra o sarampo. Para recebâ-la basta ir até uma delas levando um documento com foto e a carteira de vacinação, caso tenha.