Saúde

Vacina atrasa e MS pede Coronavac com urgência

A aeronave da Azul Linhas Aéreas está no Recife (PE) pronta para decolar, mas permanecerá em solo enquanto não houver luz verde de Nova Déli.

Vacina atrasa e MS pede Coronavac com urgência

O governo da Índia negou a entrega imediata de um lote de imunizantes da Oxford/AstraZeneca ao Brasil, o que frustrou uma operação montada para buscar o material na Índia ainda neste fim de semana. A expectativa era trazer 2 milhões de doses da vacina e dar início oficialmente à vacinação na próxima quarta-feira (20), em Curitiba. A aeronave da Azul Linhas Aéreas está no Recife (PE) pronta para decolar, mas permanecerá em solo enquanto não houver luz verde de Nova Déli.

Após apelo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, informou que a situação só seria resolvida “nos próximos dias”. Não houve compromisso com uma data específica.

O argumento do país asiático é que não é possível autorizar a transação enquanto não começar a campanha de vacinação na sua própria população, o que está previsto para este fim de semana.

Diante disso, o Ministério da Saúde enviou nessa sexta-feira (15) ofício ao Butantan requisitando 6 milhões de doses do Coronavac. “Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”, diz o documento. “Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a covid-19”, diz a nota enviada ao instituto.

 

Butantan exige plano de uso

O Instituto Butantan respondeu ao ultimato do Ministério da Saúde sobre a Coronavac afirmando que não teria como entregar os 6 milhões de doses do imunizante ao governo federal porque não há um plano para distribuí-las entre os estados.

A escalada sugere uma judicialização da questão, restando saber qual lado sacará a arma primeiro.

O documento enviado pelo Ministério diz que as vacinas teriam de ser entregues imediatamente, uma vez que foram adquiridas para o Plano Nacional de Imunização.

Ao mesmo tempo, ocorreu uma reunião entre secretários estaduais de Saúde com o ministério. A expectativa era a de que fossem especificadas as cotas iniciais de vacina para cada estado, mas apenas generalidades do plano nacional foram colocadas.

Entre secretários, houve incômodo. Quando foi divulgado o ofício da Saúde requisitando a entrega imediata das vacinas, o comentário no grupo foi o de que estava em curso uma tentativa de confisco político.