Foz do Iguaçu – Depois de seis meses e 27 dias, foi reaberta nessa quinta-feira (15) a Ponte da Amizade, a fronteira mais movimentada entre Brasil e Paraguai e que liga Foz do Iguaçu (PR) a Cidade do Leste (Alto Paraná).
Nesta primeira etapa, a liberação ocorre das 5h até as 14h e os brasileiros têm até 24 horas para sair do Paraguai. Embora inicialmente anunciada como aberta para moradores fronteiriços, por se tratar de cidades-gêmeas, a migração paraguaia informou que não tem como fiscalizar a origem de quem entra no país e o rigor anunciado não chegou a acontecer. Inclusive, nenhum dos dois países soube informar ontem quantas pessoas passaram pela ponte. Detalhe! Pelos próximos 15 dias, só está liberada a travessia da ponte por meio de veículo.
O único rigor foi com relação ao horário. Às 16h, a ponte foi fechada e houve um princípio de conflito. Agentes armados paraguaios impediram o tráfego, e um grupo grande de mototaxistas ficou revoltado. A partir desse horário, volta a ser restrita a travessia de veículos de carga.
A reabertura era uma das principais reivindicações da população local por causa da interdependência econômica da região. Uma das apostas é a retomada do turismo de compras. Já do lado brasileiro, especialmente o comércio da Vila Portes sentiu a ausência dos paraguaios, inclusive a Ceasa, alguns supermercados e até lojas do centro da cidade, além de segmentos de serviços.
Os paraguaios chegaram alegres com a possibilidade de economizar no preço de vários produtos, que por lá são escassos ou custam bem mais, como frutas, verduras e até calçados.
Já os brasileiros estavam ávidos por celular, notebook, bebidas e perfume.
Pelo menos 10 mil empregados do comércio de fronteira voltaram a seus postos de trabalho, dentre os que haviam sido despedidos e os que estavam com o contrato suspenso.
Comunicado conjunto
Apesar do show de desinformação dos dois governos, ontem ambos divulgaram o comunicado conjunto “Abertura de postos fronteiriços entre Brasil e Paraguai”, no qual citam os protocolos sanitários adotados pelos dois países, a disposição em avançar na construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, e da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, assim como nos acessos e nas obras complementares a essas pontes.