Saúde

OMS pede cautela e diz que coronavírus é dez vezes mais mortal que o H1N1

A entidade listou ainda seis critérios que os países devem seguir ao adotar essa medida, sob o risco de verem a pandemia do novo coronavírus avançar novamente

(Photo by Piero CRUCIATTI / AFP)
(Photo by Piero CRUCIATTI / AFP)

São Paulo – Autoridades da OMS (Organização Mundial da Saúde) pediram nessa segunda-feira (13) que os países que vão flexibilizar a quarentena o façam de maneira lenta e cuidadosa. A entidade listou ainda seis critérios que os países devem seguir ao adotar essa medida, sob o risco de verem a pandemia do novo coronavírus avançar novamente.

“As medidas de controle de circulação devem ser tiradas lentamente e com cuidado. Não pode acontecer de uma só vez”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, indicando que isso só pode ocorrer se as medidas corretas de saúde pública estiverem em vigor, como a capacidade significativa de rastreamento de pessoas que entraram em contato com pacientes contaminados.

Tedros alertou que a covid-19 avança muito rápido e desacelera lentamente: “Enquanto alguns países estão pensando em como aliviar as restrições, outros estão pensando em introduzi-las, especialmente países de baixa e média renda na África, na Ásia e na América Latina”, ressaltou.

Ele também ressaltou que o coronavírus é dez vezes mais mortal que o vírus responsável pela gripe H1N1 e que se propaga mais rápido.

O diretor-geral ponderou que, em países com populações pobres, os pedidos para que as pessoas fiquem em casa e outras restrições de circulação usadas em países de alta renda são difíceis de serem implementadas. “Muitas pessoas pobres, migrantes e refugiados já estão vivendo em condições de superlotação, com poucos recursos e pouco acesso aos cuidados de saúde. Como você sobrevive a um lockdown quando depende de seu trabalho diário para comer?”, questionou.

Ele afirmou que cada governo deve avaliar sua situação, protegendo todos os seus cidadãos, especialmente os mais vulneráveis. Segundo Tedros, é preciso encontrar um equilíbrio entre as medidas de restrição de circulação e os impactos socioeconômicos.