Conselheira tutelar de Taguatinga-DF, Irailma Ribeiro Lima Passos, de 36 anos, morreu em decorrência da covid-19, nesta terça-feira (6). Irailma estava grávida de quatro meses de seu primeiro filho.
Ela trabalhou como conselheira tutelar por um ano e cumpria seu primeiro mandato. Amigos relatam que ela começou a sentir os sintomas da doença no dia 22 de fevereiro e, no dia 2 de março, deu entrada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Santa Marta, onde permaneceu internada por 35 dias.
Colegas de trabalho contam que Irailma era uma pessoa humilde, excelente conselheira. A mulher também era pastora evangélica e estava animada com a chegada do primogênito, que não pôde ser salvo.
O sepultamento será às 14h30.
Em nota de pesar, o Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares escreveu que Irailma era sempre atuante na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. “Que Deus possa confortar família e amigos nesse momento difícil”, finalizou a homenagem.
Prioridade
Entidades de defesa do Conselho Tutelar ingressaram com uma ação civil pública (ACP) pedindo que a categoria seja incluída no PNI (Plano Nacional de Imunização) contra o coronavírus, elaborado pelo Ministério da Saúde. O processo foi protocolizado no último dia 19 de março e tramita na 15ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
O argumento que sustenta o requerimento é que os profissionais do Conselho Tutelar são o elo entre o poder público e a sociedade. A categoria estaria em risco de contágio por realizar atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, principalmente em meio à pandemia.
O pedido já havia sido feito em janeiro, mas, à época, o Ministério da Saúde negou a inclusão do grupo ao PNI. A presidente da Associação de Ex-Conselheiros e Conselheiros da Infância (AECCI), Monica Alkmim, lamentou o veto e afirmou que isso deveria ser um consenso do Estado, sem nem mesmo ter que ser requerido pelas entidades.
“Solicitar que profissionais de atendimento direto, que garantam direitos e que defendam direitos de crianças e adolescentes, como conselheiras e conselheiros tutelares, como professores e profissionais da escola, como profissionais de acolhimento institucional, é um dever do Estado. Não deveria sequer ser necessária uma ação para essa garantia. Mas temos os nossos instrumentos de acesso à Justiça na garantia dos direitos humanos, e é dessa forma que vamos prosseguir”, avaliou.
Mortes no DF
A média móvel de mortes por covid-19 no Distrito Federal cresceu na segunda-feira (5), chegando a 78,3, o maior patamar já registrado na capital do país. A alta acontece após o indicador registrar queda durante o feriado, por conta da subnotificação que acontece nesses períodos.
Foram contabilizados 78 óbitos entre os moradores da capital nesta segunda. Devido ao atraso nas notificações, que tende a ser ainda maior por causa do feriado, as mortes não ocorreram, necessariamente, nas últimas 24 horas.
Desde o início da pandemia de coronavírus, o DF já notificou 351.163 contaminações e 6.366 óbitos em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas, foram 78 mortes e 1.388 novas infecções.
Fonte: Metrópoles