As vacinas são seguras e serão fundamentais para vencer a pandemia de uma vez por todas. Esse é o recado do governador Carlos Massa Ratinho Junior a todos os paranaenses. Nessa conversa exclusiva, ele fala sobre o planejamento logístico do Estado para distribuição das doses e o início da campanha de imunização nos municípios.
As primeiras vacinas contra a covid-19 começaram a ser aplicadas no Paraná semana passada. Elas chegaram às 399 cidades na quarta-feira (20), após uma força-tarefa do governo do Estado que envolveu aviões e caminhões refrigerados escoltados. Os primeiros grupos vacinados são profissionais de saúde, idosos asilares, pessoas com deficiência e indígenas.
As vacinas chegaram ao Paraná. Como o governo do Estado se preparou para esse momento?
Ratinho Jr – Essa semana foi muito importante no Paraná. As vacinas chegaram a todos os municípios, que já começaram a imunização. Esse é um passo fundamental para a volta da normalidade, um alívio depois desses meses tão difíceis. Estamos desde o fim do ano passado nos preparando para essa logística. O Estado tem 1.850 salas de vacinação, distribuiu quase 2 milhões de insumos secos, como seringas, agulhas, aventais, carteirinhas, reequipou o Cemepar (Centro de Medicamentos do Paraná) com novas câmaras frias e freezers, temos caminhões e contêineres refrigerados. Também temos uma rede de transporte aéreo muito eficiente. A regionalização da saúde que adotamos desde 2019 permitiu atendimento célere. Isso tudo foi preparado antes da chegada da vacina. Fizemos a primeira parte das 265 mil doses alcançar todos os 399 municípios em menos de 48 horas. E vimos a emoção dos primeiros vacinados, dos profissionais de saúde que estão desde o começo dessa crise na linha de frente. O Paraná deve muito a eles. Em breve teremos mais doses e faremos elas chegarem rapidamente nos municípios. Queremos vacinar 4 milhões de pessoas dos nossos grupos prioritários o mais breve possível.
Quando chegam mais doses ao Estado?
Ratinho Jr – As primeiras doses da vacina da Oxford/AstraZeneca chegaram nesse fim de semana e há expectativa de a Anvisa aprovar o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da Coronavac. Ainda há possibilidades reais da vacina russa e do ingresso de imunizantes de outros laboratórios no País. Aos poucos, vamos ampliar a cobertura vacinal. Temos a Fiocruz e o Instituto Butantan, grandes referências no assunto, a um passo de começar a produção nacional. Eu sempre defendi que essa guerra será vencida pela oferta de várias vacinas. O PNI (Programa Nacional de Imunização) é um pacto coletivo que vem ajudando o Brasil desde os anos 1970. Erradicamos doenças e melhoramos a qualidade de vida da nossa população a partir dessa coordenação federal. Estamos em contato diariamente com o Ministério da Saúde para que o Paraná continue a receber rapidamente as novas doses.
Qual é o seu recado para a população? Quão importante é essa vacinação?
Ratinho Jr – As vacinas que estão chegando ao País são seguras e contam com respaldo de estudos internacionais e nacionais. A medicina evoluiu muito nos últimos anos. O mundo inteiro tem batalhado por essas doses para que alcancemos imunidade coletiva e voltemos a viver menos angustiados. A pandemia impactou muito o nosso dia a dia e trouxe inúmeras perdas. O Paraná se solidariza com todas elas. Estamos começando uma grande campanha de imunização em todo o Estado e contamos com a colaboração da sociedade. E, mesmo assim, é preciso continuar com as três medidas de proteção: uso de máscara, evitar aglomerações e as medidas de higiene. Assim vamos diminuir os índices de contágio e aumentar a cobertura vacinal.
A pandemia está prestes a completar um ano no Estado. Os primeiros casos foram detectados no começo de março. Como foi equilibrar as decisões nesse período?
Ratinho Jr – A chanceler alemã Angela Merkel, que está há mais de 15 anos no poder, disse que a pandemia do novo coronavírus foi o maior desafio da sua geração. O mundo conhecia muito pouco da doença no começo e todos ficaram alarmados. Aos poucos, a medicina aprendeu a lidar com a covid-19, mas, mesmo assim, tivemos que adotar diversas medidas para evitar o colapso. O Paraná não teve covas coletivas, cidades sem atendimento, população desassistida, falta de insumos. Pelo contrário. Em poucos meses, dobramos o número de leitos de UTI existentes, entregamos três hospitais regionais (ao contrário de estados que apostaram em hospitais de campanha), compramos equipamentos pelos menores preços do País, contratamos milhares de bolsistas e novos servidores para a saúde, lançamos o Telemedicina, implementamos controle de acesso nas divisas e, na educação, fizemos o melhor programa de aprendizagem on-line do Brasil. E tudo isso foi trabalhado em parceria com os municípios, que entenderam e nos ajudaram nas decisões. Ao mesmo tempo, e com todos os cuidados necessários e apoio com crédito e mudanças tributárias, mantivemos o ritmo da economia, batemos recordes de produção e exportação, tivemos saldo positivos de empregos e alguns setores começam a se recuperar dos impactos da queda nas vendas. Eu sou otimista com o Paraná e com o povo paranaense. Vamos sair dessa pandemia juntos.
Da redação ADI-PR
Fotos: AEN PR