Cascavel – Com a arroba do boi apresentando uma evolução nos últimos meses, especialistas se arriscavam a dizer que até o fim deste ano, o preço chegaria a R$ 400. Entretanto, o cenário sofreu algumas mudanças de uns meses para cá. Em entrevista concedida à equipe de reportagem do Jornal O Paraná, durante reunião na Sociedade Rural do Oeste do Paraná, o presidente da Padrão Beef, agropecuarista Lindonez Rizzotto foi categórico ao ser questionado sobre esse possibilidade. “Não vai chegar”.
Em novembro, a arroba apresentou uma alta acumulativa de 10,47%. Agora, iniciou o último mês do ano em queda. Essa é a informação divulgada ontem pelo Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado por técnicos do DERAL (Departamento de Economia Rural). O departamento é ligado à SEAB (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento).
Hoje, a arroba do boi está cotada a R$ 340. Lindonez Rizzotto aponta os fatores responsáveis por segurar esse avanço da arroba. No começo do ano, a arroba do boi estava cotada a R$ 220 no mercado commodities e R$ 240 no Premium.
Além disso, no entendimento de Lindonez, os principais fatores que afastam qualquer possibilidade de a arroba atingir R$ 400 são: baixo consumo da carne bovina. Isto por conta da elevação dos preços nas gôndolas refrigeradas dos supermercados. As escalas de abate reprimidas nos frigoríficos e o impacto provocado pela alta do dólar. O cenário tende a permanecer estável para os próximos dias.
Marca histórica
Enquanto isso, o abate de bovinos atingiu a marca histórica de 10,37 milhões de cabeças no terceiro trimestre deste ano. Fator que gerou um aumento de 15,3% diante de período similar em 2023. O resultado é fruto das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro, e da Produção de Ovos de Galinha, divulgadas pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Comparando com o segundo trimestre, o crescimento chegou a 3,9%.
O mês de maior atividade no trimestre foi julho, gerando um abate de 3,59 milhões de cabeças, ou seja, alta de 22,6% em comparação a julho de 2023. Informações do IBGE mostra que o abate de fêmeas subiu 19,6%, na mesma comparação, influenciado pela queda do preço dos bezerros. Em contrapartida, o abate de machos aumentou 12,5%. Tudo isso foi registrado durante o movimento em um trimestre de novo recorde nas exportações – 706,43 mil toneladas. Isso representa 30,6% a mais que no terceiro trimestre de 2023.
Por fim, conforme o médico veterinário do Deral, Thiago de Marchi, esse movimento de correção já era esperado, considerando que o mercado interno não conseguiu sustentar os aumentos consecutivos na arroba. No atacado paranaense, o dianteiro e o traseiro acumularam altas de 38,25% e 32,07%, respectivamente, em média, nos últimos 12 meses.