Um grande grupo de produtores se reuniu ontem (16) na rodovia PR-496, que liga o município de Terra Roxa ao trevo da BR-272, na região onde uma fazenda foi invadida há poucos dias. Desde as primeiras horas do dia, os produtores rurais estiveram mobilizados em um protesto pacífico contra a invasão que ocorreu por parte dos indígenas de Guaíra e, inclusive do Paraguai e Argentina, no último dia 7 de julho.
Equipes da Polícia Militar foram mobilizadas para garantir a segurança e o fluxo da rodovia. Até o início da noite não houve registro de conflitos. Enquanto os produtores rurais pedem a ação do Estado contra as invasões e o cumprimento das reintegrações de posse, o líder indígena Okaju Karai, da Tekoha Guasu Guavirá, alega que o território ocupado por povos da etnia Avá-Guarani, está sob ataque de fazendeiros desde o dia 13 de julho. “Estão rondando as aldeias que estão agora todas praticamente acuadas tanto pela Polícia e pelos fazendeiros também”, disse.
Os indígenas reivindicam direito a 36 mil hectares de terra nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Paraná.
Reunião hoje
Nesta quarta-feira (17), o secretário de Estado da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, vai participar de uma reunião em Terra Roxa sobre a situação. O encontro deve reunir também representantes da Funai, Incra, Justiça Federal, Polícia Federal, Batalhão de Fronteira, Prefeitura de Terra Roxa, Ministério Público, sociedade civil e outros órgãos que estão debruçados na questão.
“Eu tenho certeza que vamos resolver isso com muito diálogo, com muita negociação. Existe uma tensão evidente na região. A responsabilidade da área não é do Estado, mas o governador Ratinho Junior determinou um reforço no policiamento para que não tenhamos nenhum episódio de violência”, afirmou Teixeira.
A Secretaria da Segurança Pública também confirmou o reforço do policiamento em Terra Roxa por conta do conflito fundiário.
Repúdio
Em nota, o Sistema Faep/Senar-PR repudiou a invasão da propriedade rural em Guaíra. “Mais uma vez, a região Oeste do Paraná, é palco de invasões de terra. O local tem sido alvo frequente de indígenas invadindo propriedades rurais privadas”. O Sistema Faep/Senar-PR ainda ressalta que “a passividade do poder público em controlar as invasões tem servido de incentivo para que novos grupos se formem e tentem formar acampamentos”.
A Faep ainda cobrou a aplicação do Marco Temporal “que ratifica que as demarcações de terras indígenas devem ser limitadas à data da promulgação da Constituição Federal (5 de outubro de 1988) seja cumprido, para que os produtores rurais tenham segurança jurídica”