Política

Vereadores se adiantam para debater novo contrato e não repetir antigos erros

O atual contrato de concessão para prestação dos serviços de água e esgoto de Cascavel, que é prestado pela Sanepar, termina em 2024

Sede Sanepar em Curitiba - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Sede Sanepar em Curitiba - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Discussão antecipada pelo próprio prefeito Leonaldo Paranhos, que no início de janeiro pediu estudo para municipalização da água em Cascavel, chega aos corredores da Câmara de Vereadores, que nesta quarta-feira (5) realizou audiência pública. Em pauta, além das constantes queixas de falta de água e a carência na manutenção no sistema. O atual contrato de concessão para prestação dos serviços de água e esgoto de Cascavel, que é prestado pela Sanepar, termina em 2024.

São dois os objetivos que levaram os vereadores a iniciar as discussões do novo contrato agora. O primeiro é evitar imbróglios semelhantes aos que estão acontecendo na nova concessão das rodovias do Paraná, que não vai acontecer até novembro de 2021, quando finalizam os atuais contratos. O segundo é não cometer os erros de 2004, quando o contrato foi renovado sem o aval dos vereadores.

Cumprindo mandato na época, o vereador Josias de Souza (MDB) guarda lembranças no episódio. “Lembro muito bem de 2004. As discussões começaram dois anos antes. A Câmara chegou até a discutir uma possível municipalização, contudo, às vésperas da renovação, o prefeito da época, Edgar Bueno, simplesmente não enviou para a Câmara e assinou o contrato”.

Também integrante da legislatura de 2004, Cidão da Telepar (PSB) afirma que Edgar Bueno baixou um decreto e assinou a renovação sem o aval da Câmara de Vereadores, que havia elaborado uma lista de reivindicações.

O ex-vereador Misael Pereira de Almeida, que chegou a presidir o Legislativo entre 2000 e 2004, conta que, naquele ano, não era necessária a autorização dos vereadores para a renovação do contrato. “Apesar de fazer algumas ações para tentar opinar sobre o assunto, era o Executivo quem fazia e dava a palavra final”.

O vereador Celso Dal Molin (PL), um dos parlamentares mais ativos quando o assunto é Sanepar, é um dos autores da audiência pública. De acordo com Dal Molin, o atual contrato com a Sanepar não serve para Cascavel. “Vamos trabalhar um novo contrato. O atual não serve. Nós queremos mudar essa história. Vamos começar a discutir o novo contrato hoje. Não podemos cometer nem deixar que cometam os erros anteriores. Precisamos trabalhar em um contrato que venha dar dignidade a Cascavel”, comenta.

Os parlamentares também não descartam uma possível municipalização do serviço de água e esgoto, caso a Sanepar não apresente melhorias do serviço prestado até o fim do atual contrato.