Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nessa terça-feira (19) que o governo vai “suavizar a queda” e eliminar gradativamente o auxílio emergencial de R$ 600. Até agora, está previsto o pagamento desse benefício por apenas três meses, sem interrupção gradual. O ministro fez as declarações em reunião fechada com representantes do setor de serviços. As informações foram divulgadas pelo O Globo, que teve acesso ao áudio da reunião.
“Vamos tornar mais robusto e focalizado os programas sociais. Vamos agora jogar mais R$ 600 aí. Agora, quando acabar esse prazo, em vez de tirar de uma vez só, vamos fazer um phase out [eliminação em fases]. Não é que nós vamos prorrogar, porque não temos fôlego financeiro para fazer a gastança que está aí, mas vamos ter que suavizar a queda. Em vez de cair tudo de uma vez, nós vamos descer mais devagar um pouco”, disse Guedes.
Essa é a primeira vez que o titular do Ministério da Economia fala em pagar o auxílio emergencial por mais tempo que os três meses até agora previstos. A prorrogação do benefício vem sendo defendida por alguns parlamentares, mas o governo vem insistindo que não tem recursos.
Na semana passada, até o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o auxílio poderia ter “vindo para ficar”. No dia seguinte, a pasta divulgou nota negando essa possibilidade.
Até agora, o governo prevê gastar R$ 124 bilhões com o programa.
10 milhões ainda aguardam 1ª parcela
O governo começou a pagar nesta semana a segunda parcela do auxílio de R$ 600. Contudo, a Caixa informou que 10 milhões de trabalhadores ainda aguardam na fila a aprovação da primeira parcela. Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, são pessoas que tiveram de refazer o cadastro no aplicativo do banco pela segunda e terceira vez devido à inconsistência nos dados ou irregularidades no CPF, decorrentes de questões eleitorais, por exemplo.
Ao ser indagado sobre a demora na aprovação dos requerimentos, Guimarães reiterou que cabe à Dataprev fazer o cruzamento de dados e o Ministério da Cidadania autorizar o pagamento. Segundo ele, dos 101,2 milhões de cadastrados finalizados no sistema da Caixa, cerca de 60 milhões foram aprovados e 30 milhões foram recusados.
“Sobre aqueles que estão em análise, 10% do volume do total, é uma resposta que nós não podemos dar porque quem realiza toda análise é a Dataprev e o Ministério da Cidadania. Mas, de novo, dos 100 milhões de brasileiros, mais de 90% tiveram uma resposta definitiva, seja a maioria que recebeu o benefício, sejam vários que não podem receber. Então, não tem o que fazer”, disse Guimarães em uma transmissão na rede social.
“O importante é que até o dia 3 de julho nós iremos continuar cadastrando e encaminhando os dados para validação da Dataprev. Todas as pessoas que se cadastrarem até essa data terão a possibilidade de receber as três parcelas”, garantiu.