São Paulo – Como já antecipado em duas reportagens pelo Jornal O Paraná, agora em entrevista ao “Estadão”, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), admitiu que está propenso a ficar no governo até o fim do mandato. Caso a decisão se confirme, Richa abriria mão de disputar uma vaga no Senado, já que a legislação eleitoral exige que candidatos que ocupem cargos públicos deixem o posto até o mês de abril deste ano.
“Eu ainda não sei. Porque o melhor momento do meu governo é agora. A casa está em ordem, fizemos todo o ajuste fiscal, o equilíbrio das contas públicas, tem muito investimento acontecendo. Mas a minha tendência é continuar até o final do governo. Tenho pensado seriamente nessa hipótese”, afirmou Richa ao repórter Luiz Maklouf Carvalho.
A declaração de Richa contraria o que foi dito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), principal articulador da campanha da esposa, Cida Borghetti (PP) – atual vice-governadora -, ao governo do Paraná. “Eu saio do ministério em abril, para concorrer à reeleição de deputado federal e para apoiar a candidatura da vice-governadora Cida Borghetti, que assumirá o governo e concorrerá à reeleição. E o nosso governador Beto Richa vai ao Senado. De todos os aliados que estão hoje no governo, eu tenho certeza de que todos nos acompanharão”, disse o ministro em entrevista concedida à “Gazeta do Povo” no dia 2 de janeiro.
O problema é que Cida quer apoio incondicional de Richa ao seu governo – Beto já declarou apoio ao pré-candidato Ratinho Jr (PSC) – sob risco de decapitar todo o staff do atual governo; e ainda existe uma série de ações nas mesas de promotores só esperando que ele tire o pé do foro privilegiado para que sejam ingressadas, entre elas as originadas pelas operações Publicano e Quadro Negro.
Apostas de Beto
Sem cargo eletivo ano que vem, a Richa sobram duas opções: um ministério no governo federal ou uma secretaria ou chefia de estatal no governo estadual (se um aliado vencer, é claro).
Por conta disso, Beto Richa tem feito campanha explícita ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência da República. Na análise do governador, o tucano é capaz de derrotar o ex-presidente Lula em um segundo turno. “O Lula tem uma rejeição considerável. Numa eleição indo para o segundo turno conta-se mais a rejeição do que a intenção de votos (…) Ninguém vai querer apostar numa aventura, num retrocesso, naquilo que fez muito mal para o país”, avalia Richa.