Reportagem: Juliet Manfrin
Quedas do Iguaçu – Está agendada para esta terça-feira (6), às 13h, na Câmara de Vereadores de Quedas do Iguaçu, a votação do parecer da CP (Comissão Processante) que investiga as suspeitas de superfaturamento na compra de bolos e salgados pelo Executivo municipal.
Nesta tarde, os 13 vereadores decidem se são favoráveis ou não ao parecer que definiu pela cassação da prefeita Marlene Revers. Para que a cassação seja aprovada, é preciso que dois terços dos votos, ou seja, nove parlamentares, vote em favor do relatório.
O presidente da comissão Eliton Chaves Carpes e o relator Bruno Motta foram favoráveis ao afastamento definitivo de Marlene e o membro da comissão, o vereador Osny Soares da Silva, foi contrário.
Ontem foi publicado no Diário Oficial o relatório final da CP 01/2019.
Para o relator da comissão, a documentação apresentada na denúncia, que foi feita por um eleitor, “comprovou que foram gastos mais de R$ 250 mil com a aquisição de 6,5 toneladas de bolo, além dos salgadinhos”.
Populares afirmam que desde a sexta-feira passada Marlene Revers não foi mais vista em locais públicos de Quedas. Ontem a reportagem do Jornal O Paraná tentou contato com ela para que pudesse apresentar sua versão dos fatos. Ela não foi localizada e não retornou as ligações. Em seu gabinete, a informação era que Marlene está em viagem, “possivelmente” a trabalho, mas a atendente não soube informar para onde Marlene foi, e disse apenas que ela só retornará na quarta ou na quinta-feira desta semana.
Conversas gravadas
A votação ocorre em meio a uma batalha judicial e a denúncias de tentativa de compra de votos. A reportagem do Jornal O Paraná teve acesso a duas conversas gravadas e levadas ao Ministério Público e à polícia, cujo teor sugere vantagens para que vereadores votassem contra o relatório e contra a cassação da prefeita Marlene Revers.
Em uma delas, a conversa gravada é com o marido da prefeita, Vitório, que estaria disposto a pagar R$ 100 mil para um vereador da oposição. Na outra, um vereador tenta convencer seu primo também vereador a votar contra em troca de ser bem falado na imprensa local, o que facilitaria a reeleição.
Confira a íntegra das conversas:
Secretário oferece R$ 100 mil a vereador para arquivar processo:
Vereador tenta convencer primo a votar contra cassação de prefeita
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