Na sessão dessa terça-feira (23), o vereador Edson Souza (MDB), que preside a Comissão de Saúde da Câmara de Cascavel, fez uso do grande expediente para falar sobre o avanço da pandemia em Cascavel e na Macrorregional Oeste.
Com mais um dia marcado por lotação beirando a capacidade máxima no sistema de saúde de Cascavel e região, frente ao avanço de novos casos de covid-19, Edson destacou que já está havendo escolha de quem será priorizado no atendimento, diante do grande número da procura às unidades de saúde. “O jeito de resolver é parar a cidade. Não dá mais! Precisamos tomar essa definição como agentes políticos, temos que tomar a decisão correta, não porque a gente quer, [mas] porque é preciso, e a decisão correta é parar”, enfatiza o vereador.
Durante sua fala, ele destacou que a situação dos profissionais de saúde se encontra no limite devido à carga de trabalho e à pressão sofrida frente ao número elevado da demanda. “Hoje, em visita a uma UPA, uma assistente social quase desmaiou na minha frente porque tem feito vários plantões seguidos em função de sua colega se encontrar afastada por ter se contaminado com a covid-19. Se não dermos um freio, teremos mais profissionais se afastando”, alerta.
Segundo Edson Souza, ainda que se disponibilize mais dez ou 15 leitos, em pouco tempo estarão ocupados, porque, nesse momento, a tarefa de barrar e segurar a transmissão do vírus é de todos. Porém, destaca, “nota-se que a sociedade no geral tem agido com descaso e ignorando as consequências, infelizmente, normalizando a perda de tantas vidas em Cascavel”.
O vereador comentou a indicação para que a Secretaria de Educação reveja a decisão de retomar a volta às aulas presenciais na rede municipal. “Apesar de as crianças não estarem no grupo de risco, haverá aglomeração e os profissionais da educação e familiares podem ficar expostos, aumentando a possibilidade de contaminação. Além disso, estudos preliminares mostram que a nova variante tem se mostrado mais transmissível atingindo grupos mais jovens, inclusive crianças”.
Edson enfatizou ainda que há uma desorganização por parte do governo federal e do Ministério da Saúde, situação que fica evidente com o baixo número de vacinas aplicadas em todo o Brasil, cuja campanha parou por falta de insumo.
Por fim, faz um apelo para que tanto a Prefeitura de Cascavel, como o Governo do Estado do Paraná endureçam as medidas de enfrentamentos a covid-19, para que se preservem vidas uma vez que a vacinação ainda é deficitária e a melhor forma de aliviar o sistema de saúde nesse momento é forçando a restrição da circulação de pessoas na cidade. “É necessário que a prefeitura, o governo do Estado e também a Câmara de Vereadores estejam em sintonia e trabalhando junto para enfrentar esse duro momento”.