Cascavel – O vereador mais votado da história de Cascavel e o favorito para assumir a presidência da Câmara de Cascavel a partir de 2025, Tiago Almeida (Republicanos), enfrenta um pedido de cassação de mandato movido pela Coligação Minha Vida é Cascavel, liderada pelo ex-prefeito e candidato derrotado nas eleições municipais de 2024, Edgar Bueno (PSDB). A ação já foi protocolada na Justiça Eleitoral e alega que o parlamentar recebeu apoio explícito de sacerdotes da Igreja Católica durante a campanha eleitoral, prática que os advogados da coligação consideram ilegal.
De acordo com o advogado da coligação Marcos Boschiroli, o apoio organizado da Igreja Católica caracteriza um desequilíbrio no pleito. “Quando a pastoral política escolhe um ou mais candidatos como oficiais da igreja, e há uma movimentação em torno desses nomes, isso configura apoio da instituição, que é pessoa jurídica, algo que a lei não permite. Além disso, a participação dos sacerdotes fere a liberdade do voto”.
O advogado também destaca que algumas manifestações de apoio ocorreram dentro de templos religiosos, embora fora do contexto de celebrações. “Isso demonstra que não foi um apoio de uma pessoa física, mas de uma instituição”.
Presidência da Câmara
O vereador Tiago Almeida, que obteve 4.243 votos nas eleições municipais de 2024, afirmou desconhecer o processo em detalhes, mas minimizou as acusações. “É evidente que, quando surge um político que faz a diferença, aparecem pessoas que querem o nosso mandato. Não existe isso de uso da igreja”, defendeu.
Almeida também destacou que a ação seria uma tentativa de enfraquecer sua candidatura à presidência da Câmara de Cascavel. “Eu fico impressionado que, no momento em que coloco meu nome à disposição para ser presidente da Casa, começam a procurar situações para tirar nosso mandato. Isso faz parte do jogo político, e estou tranquilo. Vou conversar com meu advogado e entender o processo. Até lá, sigo confiante no meu trabalho e na confiança dos eleitores.”
O vereador classificou o processo como uma tentativa de deslegitimar os mais de 4 mil votos recebidos. “Estão querendo calar 4.243 eleitores. Isso é uma revelação política em Cascavel, mas faz parte. Vou aguardar e, quando tiver mais detalhes, falarei sobre o caso com mais clareza.”