Curitiba – O governo do Paraná recebeu nessa quinta-feira (9) uma comitiva formada por integrantes do Ministério da Economia e do Ministério da Infraestrutura, que veio para acompanhar os avanços no projeto da Nova Ferroeste. Na reunião, liderada pelo Comitê de Governança do projeto, foram apresentados os resultados preliminares do Estudo de Viabilidade Técnico-Operacional, Econômico-Financeira, Ambiental e Jurídico (EVTEA-J) e do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).
O projeto de viabilidade técnica analisa a demanda existente e avalia a melhor alternativa de traçado para a ferrovia, dividida em seis lotes. Com um total de 1.304 quilômetros de extensão, a ferrovia vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, ampliando e modernizando o trecho já existente entre Cascavel e Guarapuava. A previsão é de que o investimento alcance R$ 33,4 bilhões.
Já com relação à movimentação de carga, a estimativa do estudo é que se chegue a 38 milhões de toneladas no primeiro ano de concessão, ampliando essa cota para 85 milhões de toneladas ao fim do período – aumento de 123,7% em 60 anos.
A secretária especial do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) do Ministério da Economia, Marta Seiller, disse que a Nova Ferroeste é um projeto muito promissor em termos de investimentos e logística. “Criar mais ferrovias para escoar as safras significa reduzir o custo de frete e aumentar a competitividade. Nosso país ainda é muito dependente do transporte rodoviário. Por isso, temos que trazer viabilidade em termos de receita para que a nova ferrovia se torne uma realidade e gere muitos empregos para a região”.
O estudo também propõe sete polos de carga no Paraná e dois no Mato Grosso do Sul. Além de criar um corredor de exportação, a ferrovia propiciaria uma movimentação entre esses terminais, abastecendo a produção interna do Estado.
Nesta sexta-feira (10), a comitiva segue para Paranaguá, realizando um sobrevoo pela região da Serra do Mar, onde um trecho da ferrovia será implementado. Os integrantes também farão uma visita aos pontos críticos de passagem dos trilhos dentro da cidade.
Sustentabilidade
Já as soluções apresentadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) mostram que a ferrovia cria alternativas para um mínimo de impacto nas regiões alcançadas pelo projeto. Isso se dá porque o traçado foi priorizado em áreas sem vegetação, que correspondem a 80% de toda a extensão do trajeto.
Nos demais trechos, o desenho da ferrovia inclui túneis e pontes, que causam menor impacto ambiental se comparado às técnicas de terraplanagem. A Nova Ferroeste contará com 10 túneis (total de 7,9 quilômetros), 25 viadutos e 4 pontes (que juntos somam 16,4 quilômetros), além de dispositivos de passagem de fauna para evitar acidentes com animais.