Cidade do Leste – Durante sua visita a Cascavel, o diretor-geral da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, falou sobe a recente crise envolvendo o acordo secreto de compra de energia e cancelado em agosto, sob a ameaça do impeachment do presidente paraguaio. Pelo acordo firmado em maio, o Paraguai aceitava comprar energia mais cara do que o habitual da Itaipu.
Segundo Silva e Luna, a crise não interferiu na dinâmica de trabalho dentro da usina, “onde o clima de amizade e de companheiros é mantido”.
Ele defende que situações assim devam ser tratadas de forma técnica. “Precisamos separar a Itaipu de quem contrata a energia, que é a Ande e a Eletrobrás. O ambiente da Itaipu é binacional, de amizade e de cooperação, de camaradagem e de confiança”, afirmou.
Hoje Silva e Luna almoça com parte da nova diretoria da Ande, estatal paraguaia: “O Tratado prevê contratação a longo prazo, mas isso vinha ocorrendo mês a mês, este ano começou sem a contratação, mas a contratação de energia precisa se discutir por canais técnicos e que a Ande e a Eletrobrás voltem a conversar para chegar num entendimento”, sugere.
Mas se do lado de dentro da usina o clima é amistoso, fora dali, do outro lado da fronteira, as condições são bem diferentes.
Um protesto ontem em Cidade do Leste resultou em confronto armado, com tiros e bombas de efeito moral. O ato foi convocado pela oposição que quer a cassação do presidente Mario Abdo Benítez.
O embate foi travado por manifestantes e policiais. Tudo teria se iniciado porque os policiais tentavam liberar a passagem de caminhões em um local próximo à aduana, já chegando à Ponte da Amizade. O enfrentamento durou poucos minutos mas levou apreensão aos que estavam do lado brasileiro e atravessavam para o lado paraguaio, onde uma fila gigantesca de carros se formou. A ponte ficou fechada por quase duas horas.
O enfrentamento não deixou feridos graves. Porém, o clima de tensão segue no país vizinho. Os manifestantes prometem manter os protestos e pedem a saída do presidente Benítez.