Política

Com investimentos de R$ 170 milhões, Costa Oeste cobra mais infraestrutura

Com o incremento da produção agroindustrial, reforçada pelo recente anúncio de investimentos privados de R$ 140 milhões e aportes de mais de R$ 30 milhões das prefeituras, os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu se uniram para cobrar do governo do Estado melhorias na infraestrutura de logística.

Foto: Vitor Rech
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Reportagem: Josimar Bagatoli

Santa Helena – As intempéries da economia não param o avanço do agronegócio no oeste do Paraná. Um exemplo vem de Santa Helena, onde dois empreendimentos privados prometem injetar R$ 140 milhões em obras na cidade de 23,4 mil habitantes.

São duas cooperativas agrícolas. Uma já está instalada, que promete dobrar a produção de pintainhos, com a construção de 450 aviários. A outra é a construção de um frigorífico de suínos no Município, com R$ 70 milhões dos investidores.

Juntos, os empreendimentos prometem gerar 140 empregos diretos daqui a seis anos, sem contar as frentes de obras até lá e o crescimento urbano gerado nesse prazo. “Esses investimentos tornarão mais forte o nosso agronegócio. Somos o sexto município em geração de renda pelo setor no Estado. Teremos ampliações de investimentos, com matrizeiros, fábricas de ração, frigorífico e novos aviários”, explica o prefeito Evandro Grade, o Zado.

Contrapartida

Para que as empresas consolidassem os projetos, o poder público teve de dar suporte: serão R$ 32 milhões em área e infraestrutura para o novo frigorífico e R$ 2,8 milhões para a ampliação de produção de aves. As obras devem começar em abril, assim que tiverem aval do Ministério da Agricultura.

A cidade espera em breve dobrar o volume de cargas transportadas pelo porto no Lago de Itaipu, entre Brasil e Paraguai. Santa Helena recebe anualmente 15 mil caminhões e a expectativa é de que a partir de obras pelo país vizinho o movimento seja de 30 mil/ano. Para isso, são US$ 100 milhões aplicados na pavimentação de 61 quilômetros da rodovia que dá acesso até o Porto Índio.

Do lado brasileiro, o porto vem recebendo melhorias, como pavimentação e estacionamentos, com recursos da prefeitura. O corredor vem se consolidando como uma porta de entrada de grãos paraguaios, iniciativa que vai beneficiar o lado brasileiro.

Cobranças

Com o esforço do setor privado e dos municípios que integram a região do lago de Itaipu, a cobrança é que a União e o Estado invistam na integração logística da região para favorecer o desenvolvimento econômico.

Até mesmo o modal rodoviário sofre defasagem. É o caso do trecho das PRs 495 e 497 entre Marechal Cândido Rondon e Serranópolis. A pavimentação possui muitos buracos ao longo de 120 quilômetros, e o tráfego se torna lento e arriscado devido à falta de acostamento. “A rodovia precisa de investimentos, principalmente para escoar a produção agrícola, visto que temos grande produtividade e avançamos no setor agroindustrial. Precisamos de atenção maior”, afirma o presidente do Conselho dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, Leomar Rohden, prefeito de Pato Bragado.

A região também espera investimentos em trilhos. Há muito tempo a cobrança é de ferrovia até Guaíra e Foz do Iguaçu. O corredor facilitaria o escoamento da produção e atrairia novas indústrias. “Para destravar o desenvolvimento, é preciso investir em infraestrutura. Temos muitos investimentos internos feitos em dois anos, como 300 quilômetros de asfalto e pavimentação em pedras. Esperamos que o governo estadual, em parceria com a Itaipu, possam aplicar mais investimentos na logística regional”, ressalta Zado.

Empresários e prefeitos terão a oportunidade de explanar os avanços e cobrar o avanço logístico regional cara a cara. É que nesta sexta-feira (6) o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, estará em Marechal Cândido Rondon, onde, a partir das 8h30, participa de encontro na associação comercial.

Na bagagem, a assessoria do governo do Estado confirmou o anúncio de construção de dois trevos, um em São Miguel e outro em Missal. E está prevista a apresentação do sistema logístico e dos avanços já programados.