Reportagem: Josimar Bagatoli
Cascavel – Para subsidiar o PDU (Programa de Desenvolvimento Urbano), a Prefeitura de Cascavel acaba de solicitar autorização da Câmara de Vereadores para contratar mais um empréstimo em dólares: desta vez, são US$ 32 milhões do Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata). A contrapartida será de US$ 8 milhões de recursos municipais, equivalente a 20% do valor total.
Como garantia do pagamento, o Município assegura os repasses da União. O recurso é para a ser aplicado em infraestrutura, meio ambiente e adequação do sistema viário às necessidades de mobilidade, com a criação de espaços de convívio social e preservação ambiental – programa apresentado à Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Economia e aprovado pela Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), ficando previamente autorizado a obter empréstimo externo com o aval da República Federativa. A instituição para fornecer o crédito foi escolhida devido ao grande volume de recursos alocados para investimentos em municípios brasileiros.
O prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) afirma que a decisão foi tomada após consultar representantes de moradores. “Tivemos uma explanação de forma transparente, nada impositivo. Fizemos reuniões com 62 presidentes de associações de moradores e com vereadores para tomarmos essa decisão. Ainda será possível substituir, suprimir ou incluir projetos, ou seja, definir o que é relevante para a comunidade”.
Para desembolso, a prefeitura terá 60 meses a partir da assinatura, carência de mais 60 meses, amortização de 120 meses e prazo total de 180 meses – ou seja, poderia ser quitado até 2035. O dinheiro garantiria a aplicação de ações já estabelecidas no Plano Diretor: proteger canais dos Córregos Bezerra e Sanga Amambai (proposta que visa aumentar a vazão, evitar enchentes e erosões); recuperar a mata ciliar; estimular o uso de bicicletas para transporte e lazer; ampliar as ações de gestão de resíduos sólidos; ofertar formas alternativas de deslocamento; superar situações de vulnerabilidade social.
Os recursos serão usados para a revitalização da Avenida Carlos Gomes, obras de revitalização da Avenida Brasil da Praça Luiz Picolli (Bíblia) sentido à FAG e da área da “Rodoviária Velha”, no Centro, onde há problemas estruturais em construções antigas que serão fiscalizadas pelo IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel). Fazem parte dos projetos ainda parques ambientais no Bairro Santa Felicidade e Interlagos/Floresta; implantação de 30 quilômetros de ciclofaixas; binários Manaus/Belém e Juscelino Kubitschek/Flamboyant; uma usina de compostagem e o Território Verde no Lago e no Zoológico. Obras que deverão ser executadas em quatro anos. Só a Carlos Gomes deve custar R$ 16 milhões – a intervenção será definida no estudo do Plano de Mobilidade que foi contratado e deve apontar intervenções em toda a zona sul. “Não há chance de improvisação. Talvez a intervenção maior não seja na Carlos Gomes, mas na região, criando binário, mais uma passarela na BR-277… o estudo vai apontar o que é preciso fazer, e depois será preciso decidir o que estamos dispostos a fazer”, completou Paranhos.