Curitiba – Uma das principais promessas feitas durante a campanha de Ratinho Junior a governador do Paraná não tem data para sair do papel. E tudo indica que não ocorrerá na formatação prometida durante o pleito.
Entre as sete principais ações defendidas em seu plano de governo, Ratinho disse que ofereceria três refeições diárias por turno de aula, sem delimitar ou apresentar restrições, acrescentando apenas que, com isso, ampliaria para 75% a proporção de alimentos vindos da agricultura familiar.
Há três semanas a reportagem do Jornal O Paraná questiona a Secretaria de Educação sobre o processo de implantação dessas três refeições diárias, até porque as aulas já tiveram início. Contudo, na resposta, a Secretaria de Estado da Educação informou que a medida não deverá ser estendida a todos os alunos da rede pública estadual.
Em nota, a secretaria informou que o Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional) “iniciou os estudos para implantação de novas refeições diárias [a partir do] no segundo semestre deste ano”, mas que isso ocorrerá apenas nas escolas estaduais localizadas nas regiões com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Indagada se a oferta não seria ampliada para todas as escolas, a Seed indicou que os detalhes dessa ação deveriam ser esclarecidos com a Fundepar.
Na Fundepar, a informação é de que a “oferta de três refeições diárias por turno nas escolas estaduais do Paraná é um compromisso do governador Carlos Massa Ratinho Junior e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional já realiza os estudos necessários para sua implantação” e que a “previsão é de que o atendimento comece no segundo semestre deste ano, prioritariamente nas escolas localizadas em municípios com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”.
Indagada como seria feita essa escolha das escolas e o que será levado em consideração para o levantamento de baixo IDH, considerando que o último levantamento de 2010 aponta apenas seis de um total de 399 municípios paranaenses com baixo IDH – nenhum deles no oeste – e que o Paraná não possuía município com IDH muito baixo, o Instituto Fundepar respondeu que ainda não houve essa definição nem soube dizer quantas escolas ou cidades seriam contempladas.
O Estado foi questionado ainda se existe alguma previsão de quando a proposta seria estendida para todos os municípios, conforme deixa a entender o plano de governo, mas essa pergunta não foi respondida em nenhum dos cinco questionamentos.
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Terceirização
A reportagem apurou que uma das medidas que podem ser utilizadas para a implantação gradativa seria a terceirização desse serviço, estudo que estaria sendo conduzido pelo Instituto Fundepar, devido ao alto valor do projeto. Além disso, os maiores obstáculos para a implantação das três refeições diárias por turno são a falta de espaço físico nas escolas e a falta de profissionais para produzir e servir as refeições extras.