
Paraná - Em Cascavel, enquanto o tabuleiro político se reorganiza para as eleições de 2026, o retorno do nome Leonaldo Paranhos pode ser um ingrediente amargo nas chances dos novos candidatos ao legislativo estadual e até mesmo dos veteranos. Já não se trata apenas do ex-prefeito que transitou pelo Legislativo, o fato é que, se o boato de sua candidatura à Assembleia Legislativa do Paraná se confirmar, seu peso eleitoral poderá desmobilizar o entusiasmo de quem ainda sonha com uma das 54 cadeiras da Alep.
O histórico eleitoral de Paranhos é extenso, em 2010, quanto disputou pela primeira vez uma vaga ao Poder Legislativo do Paraná, Paranhos somou 27.263 votos. Quatro anos depois, em 2014, foi reeleito, reafirmando a posição com 69.684 votos. Inclusive, essa foi à última vez que Paranhos disputou uma vaga na Assembleia.
Prefeitura de Cascavel
Desde então, foram duas eleições para a Prefeitura de Cascavel. Na primeira, venceu com 86.099 votos contra 56.260 do principal concorrente, Marcio Pacheco, num universo de 168.273 votos válidos no município. Em 2020 Paranhos foi reeleito com 112.181 votos.
No pleito de 2024 não foi diferente, Paranhos não foi candidato, mas deu apoio à candidatura do eleito Renato Silva, que somou 95.168 votos, em um total de 168.699 votos válidos. O nome Paranhos foi inegável no pleito de 2024, qualquer cientista ou comentarista político sabe que foi o peso do ex-prefeito que fez a diferença na eleição municipal.
Em outras palavras, enquanto outros nomes se debatem para conquistar espaço, Paranhos estabelece um padrão que dificilmente será ignorado nas próximas eleições.
A eventual entrada de Paranhos na corrida para a Alep não seria apenas mais uma aposta; seria, na verdade, um tiro certeiro para os candidatos emergentes. Com a política cascavelense fervilhando de conversas de bastidores, a incerteza sobre suas ambições: o alvo é um cargo maior, porém, se não conseguir viabilidade para voos mais altos, a Alep seria uma “boa cama” para o retorno à Prefeitura em 2028.
“Água no chopp”
O que pode parecer uma jogada de mestre, na verdade, é um lembrete de que o nome grande, com seu histórico de votação robusto, pode ser o responsável por “despejar água no chopp” daqueles que sonham em voos mais altos ou até mesmo em quem já tem mandato.
Enquanto nomes como Tiago Almeida (Republicanos) e Bia Alcântara (PT), entre outros buscam cativar o eleitorado, os deputados Gugu Bueno (PSD) e Batatinha (MDB), por exemplo, podem ter que dividir votos com o popular ex-prefeito de Cascavel em 2026. E justamente, uma eleição de Paranhos para a Alep pensando em 2028, poderia tirar nomes cascavelenses fortes do jogo diante do projeto pessoal do ex-prefeito.
Em números
Em números a situação poderia ser entendida de melhor forma. Tanto em 2018 quanto em 2022, nas eleições gerais os candidatos mais votados em Cascavel para deputado estadual não passaram dos 30 mil votos. Marcio Pacheco foi o mais votado na cidade em 2018 com 24.044 votos. Já em 2022 foi Batatinha, com 29.473 votos. Ou seja, Paranhos no páreo poderia fazer algo em torno de 50 mil votos ou mais, inviabilizando algumas candidaturas dos novos nomes da política local.