Toledo – A família de Marcos André Goulart Pavão, 18 anos, morto em uma abordagem policial na madrugada da última segunda-feira (20) em Toledo, contradiz a versão dada pelos policiais militares de que o rapaz teria saído do veículo com um revólver calibre 38 com seis munições e não obedecido a ordem de soltá-lo e que por isso foi baleado. Marcos morreu no local.
A família do rapaz diz que ele não tinha arma e que não teria obedecido à ordem de parada porque não tinha Carteira de Habilitação e o imposto do carro que dirigia estava atrasado. E que, quando começaram os tiros, Marcos teria se apavorado.
A Polícia Civil informou que Marcos não tinha registro ou passagem policial.
A família afirma ainda que a PM teria executado Marcos e plantado uma arma no local.
Um protesto foi realizado na manhã de ontem no local em que Marcos foi morto. Famílias e amigos se reuniram para pedir justiça e homenagear o rapaz.
Investigação
A Polícia Militar de Toledo informou apenas que um inquérito será aberto para apurar o caso. Foi confirmado o afastamento dos policiais envolvidos no caso, mas não foi informado se eles foram remanejados para funções administrativas ou se foram suspensos.
Já o comando a PM do Paraná não retornou à solicitação de informações sobre o caso.
Ataque a ônibus
A Polícia Civil de Toledo investiga um ataque a um ônibus do transporte público do Município. Na noite de segunda-feira, o veículo foi incendiado quando passava perto da casa em que Marcos André Goulart Pavão morava.
De acordo com a polícia, três rapazes encapuzados pararam o coletivo e, após mandarem o motorista e os passageiros saírem, atearam fogo. Ninguém ficou ferido.
A polícia ainda não prendeu suspeitos do ataque, mas não descarta que ele tenha relação com a morte de Marcos.
Reportagem: Cláudia Neis
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