Policial

Crianças atendidas pelo Estado eram dopadas com remédio tarja preta

A Justiça determinou o fechamento da casa de acolhimento após denúncias

Colombo – Crianças vítimas de violência, sob a guarda do Estado, em uma casa de acolhimento em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, seriam “controladas” com medicamentos tarja preta. A suspeita fez com que o Ministério Público interditasse o estabelecimento e transferisse os 30 internos para outras unidades.

A Justiça determinou o fechamento da casa, no Bairro Fervidas, após pedido da 4ª Promotoria de Justiça de Colombo, que investigava denúncias há meses. Na quarta-feira (2), a casa já aparentava estar vazia: luzes apagadas, brinquedos espalhados no terreno e nenhuma resposta à campainha.

A casa de acolhimento foi inaugurada em 2008 e abrigava crianças até 12 anos. Conforme o MP, em depoimentos informais, as crianças relataram receber remédios para ficar quietas; que quando tomavam o medicamento dormiam até o dia seguinte; que determinada substância era para quem “faz bagunça” ou “dá piti”; e que ficavam isolados, de castigo, quando tinham maus-comportamentos.

Em 20 de maio, foram apreendidas receitas médicas e planilhas de controle de medicamentos psiquiátricos, em nome de dez crianças, com horários e indicações.

O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção à Saúde Pública informou que os envolvidos deverão ser avaliados pelos respectivos conselhos, como o Conselho Regional de Medicina e o de Psicologia, por indício de má prática profissional. O MP-PR quer a interdição definitiva da casa.

(Com informações do Paraná Online)