Policial

Apreensões de celulares na cadeia aumentaram 144% desde janeiro

O número saltou de 80 aparelhos em 2014 para 195 em 2015

Cascavel – As apreensões de celulares na 15ª SDP (Subdivisão Policial) de Cascavel tiveram um crescimento de 144% de janeiro a agosto deste ano no comparativo com igual período do ano passado. O número saltou de 80 aparelhos em 2014 para 195 em 2015. Esse crescimento também tem sido verificado em todo o sistema prisional do Paraná, onde as apreensões de celulares passaram de 3.899 para 3.959.

Na PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel) um aparelho foi recuperado no ano passado e neste ano outros três. Na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), não houve nenhuma apreensão de janeiro a agosto do ano passado. Já em igual período deste ano foram recolhidos quatro aparelhos.

O levantamento revela crescimento também na apreensão de drogas como cocaína e LSD nos estabelecimentos penais do Estado. A predominância, no entanto, é de apreensões de fumo. Nos sete primeiros meses do ano passado foram recolhidos 1.646 gramas de fumo e em igual período deste ano, 52.865 gramas.

Em relação à cocaína, o montante apreendido saltou de 1.401 gramas 1.506 gramas. Já o número de comprimidos de LSD saltou de 3 para 55.

Nas duas penitenciárias de Cascavel houve apreensão de 20 comprimidos de Ecstasy, 80 gramas de fumo e 50 gramas de maconha até agosto deste ano. Na 15ª a informação é de que foram encontradas maconha e cocaína, porém não há registro da quantidade apreendida.

Revistas

Os materiais ilícitos apreendidos resultam das revistas realizadas nas penitenciárias. O Depen (Departamento de Execução Penal) orienta as unidades para que sejam realizadas ao menos duas revistas minuciosas por mês, sempre com o apoio da Polícia Militar.

O Depen dispõe de equipamentos que facilitam os procedimentos de revista, como o Body Scan (Scanner Corporal), raquetes e banquetas com detectores de metais. Isso vem fazendo aumentar consideravelmente o número de apreensões no sistema prisional. A PEC recebeu um Body Scan em julho e a expectativa é de que o equipamento, com custo de R$ 500 mil, entre em funcionamento até o fim do mês.

Entrega é feita principalmente por familiares

A maioria dos objetos eletrônicos e das drogas é introduzida nos estabelecimentos penais pelos próprios familiares os presos durante as visitas. Na tentativa de driblar a polícia e garantir a entrega, esses familiares se arriscam de inúmeras formas.

Os ilícitos são espalhados nas vestimentas, como na barra de calças e camisetas, em roupas íntimas, nas solas de chinelos e tênis, em fraldas de criança, na alimentação ou introduzidos nas partes íntimas.

Há também casos planejados para que ilícitos cheguem fora do dia da visita, escondidos em bolas e outros objetos arremessados sobre os muros dos presídios. O Depen considera, no entanto, que essa prática vem diminuindo com a instalação de telas de contenção.

Não é descartada a possibilidade de que agentes públicos possam ajudar os presos em determinadas unidades. Quando flagrados, esses funcionários são responsabilizados administrativa e criminalmente.

(Com informações de Romulo Grigoli)