Porto Alegre – Poucos times brasileiros conseguiram jogar em La Paz e voltar com resultado positivo. A altitude de mais de 3,6 mil metros interfere no rendimento físico dos atletas por conta do ar mais rarefeito, diminuindo a produção de glóbulos vermelhos, responsáveis pela resistência muscular. Isso sem contar nas mudanças da velocidade da bola que podem interferir para o domínio e para as defesas dos goleiros. Estes são alguns dos ingredientes da partida entre Bolivar e Internacional, marcada para 19h no Estádio Hernando Siles.
Para tentar uma adaptação, a comissão técnica do Inter adotou a tática de encher as bolas com gás Hélio para simular situações de jogo. “O lado mental influencia muito. Quando coloca na cabeça que vai sofrer, já acaba levando para baixo. É colocar na cabeça que vai ter dificuldade, mas que se for um jogo de posse, que não fique muito na transição, consegue jogar de igual para igual. Nas vezes em que joguei na altitude, toda vez que a bola bate e volta, com menos tempo para respirar, sente mais. É tentar ficar com a posse, finalizar e não dar contra-ataque, acho que é o caminho para não sofrer na altitude”, explicou Renê.
O técnico Coudet garante que o time está focado na Libertadores, mesmo com os resultados ruins no Brasileirão. “Foram me buscar sob um objetivo claro, uma troca de treinador para o foco principal que era passar na Libertadores. Acho que temos que recuperar no Brasileirão, mas não vamos brigar pelo Brasileirão, temos uma ilusão”, destacou Coudet.
Na fase de grupos da Libertadores, a equipe ficou em primeiro lugar no grupo, na frente do Nacional-URU, Independiente Medellín-COL e Metropolitanos-VEN. Já nas oitavas, o Clube do Povo eliminou o River Plate-ARG, enquanto o time boliviano deixou o Athletico-PR para trás. O confronto de volta entre os times está marcado para a próxima semana no Beira-Rio.
Foto: Ricardo Duarte
