Por Paulo Alexandre
A expressão “guerra é guerra”, que popularmente é muito conhecida e usada para justificar ações e reações de toda sorte. E são várias as guerras que o brasileiro vem enfrentando nos últimos tempos. Algumas são realmente novas, como a travada pela vida e contra a pandemia da Covid-19. Sem dúvida, esta é a que tem produzido mais vítimas e prejuízos na atualidade.
Porém, outras como o desemprego, a queda do poder de compra do trabalhador e a falta de ação efetiva e eficaz dos agentes públicos na oferta de soluções às mazelas sociais, são antigas e, praticamente, fazem parte da história e do cotidiano do cidadão. De toda sorte, dois aspectos destacados na edição desta quinta-feira (30) merecem a atenção do (e)leitor.
Primeiro, a “guerra de preços” entre os postos de combustíveis em Cascavel, reduzindo, em média até R$ 0,30 no valor praticado nas bombas trouxeram um pequeno e temporário alívio aos consumidores, afinal, toda economia auferida sempre tem bom reflexo na economia doméstica ou empresarial. Contudo, se consumidores são beneficiados e clientes fidelizados, alguém está pagando a conta. O setor de postos de combustíveis tem reclamado da queda das vendas, seja pelo aumento constante dos preços que obriga o consumidor a encontrar alternativas para sua locomoção, seja pelos efeitos da pandemia que “freou” a movimentação.
O segundo ponto em destaque é o superávit das contas públicas, com aumento da arrecadação e diminuição de gastos do governo. De acordo com os dados oficiais, o setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, apresentou superávit primário de R$ 16,729 bilhões no mês passado, ante déficit primário de R$ 87,594 bilhões em agosto de 2020. Os dados divulgados pelo Banco Central apresentam o melhor resultado para o mês de agosto da série histórica que teve início em 2001.
A redução de gastos do setor público sempre foi uma cobrança de toda sociedade. Porém, não se deve reunir redução de “gastos” com redução de “investimentos”. E essa conta precisa ser ainda mais transparente e explicada de forma simples e didática para compreensão geral. Além disso, também se faz necessário que todo cidadão tenha interesse e responsabilidade em buscar conhecer o funcionamento da ‘coisa pública’. Cobrar é um direito, conhecer, neste caso é um dever. Afinal “guerra é guerra”.