O anúncio de Nicolás Maduro de fechar as fronteiras da Venezuela com Brasil e Colômbia para evitar a entrada de alimentos e remédios no país é um passo ousado e que poucos acreditavam que ele realmente daria.
Até ontem à noite, as equipes brasileiras diziam que estava mantida a operação humanitária a partir deste sábado.
O vice-presidente Hamilton Mourão vai a Bogotá segunda-feira para a reunião do Grupo de Lima e discutir os desdobramentos da crise. Ele reforça que o Brasil não tem intenção de entrar na Venezuela. E que não existe intenção de intervenção.
Pelo jeito, o ditador venezuelano não acredita muito nisso. Ou está apenas dando um showzinho para tentar mostrar que ainda manda no Exército e que não pretende abrir mão do poder tão fácil assim.
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De qualquer forma, a pergunta que fica no ar é: até onde está disposto a ir Nicolás Maduro?
Sua reação pode pôr em risco toda a América do Sul. Uma intervenção mais agressiva, o risco de uma invasão, um conflito armado e até o uso de artilharia aérea, como os mísseis russos testados semana passada, podem respingar no restante da região. Isso sem contar os próprios venezuelanos que estão reféns de um líder que está lhes matando de fome.
Há milhares de relatos da situação das pessoas que não conseguiram sair da Venezuela. São famílias comendo carne podre, praticamente não há mais energia elétrica, a moeda não vale mais nada e, mesmo quem ainda tem algum dinheiro, não encontra produtos para comprar.
A única certeza é de que essa situação não pode ser mantida por muito mais tempo.
