Opinião

Coluna Isto Posto: HUMANOIDES

Coluna Isto Posto: HUMANOIDES

Cascavel e Paraná - Numa manifestação pública quando em vida, o ex-ministro Paulo Brossard relatou, contrariado que, uma mulher de 43 anos, com dois filhos, era acusada de adultério. Resultou a acusação em 99 chibatadas. Depois, subitamente, foi acusada de haver matado seu marido; inocentada dessa imputação, teve revisto processo por adultério e aplicada nova condenação, desta vez aprimorada com a pena capital. Seu advogado, contra o qual fora emitido mandado de prisão, evadiu-se do país. A morte por apedrejamento pode ser cumprida a qualquer momento, ainda que 11 pessoas aguardem a execução, sete das quais mulheres. Os homens são enterrados até a cintura, enquanto as mulheres até o peito, de modo a ficarem com os braços imobilizados. As pedras a serem jogadas sobre as vítimas não devem ser grandes para que o sofrimento seja maior, antes da morte. Como se vê, um delicado refinamento. Segundo divulgado, o apedrejamento foi introduzido no Irã em 1979, depois da revolução islâmica, sob o governo do companheiro do Lula Ahmadinejad. Agora, por obra de entidades internacionais, essa modalidade de execução penal, em face da repercussão mundial, parece que pode ser substituída pelo… Enforcamento. Como se vê, uma equitativa concessão!

Jusificava-se por si o horror declarado pelo Ministro brasileiro – ao qual qualquer pessoa de sã consciência se associava. 

Quanto a nós, “humanoides” de hoje em dia, fazemos questão de continuarmos “humanoides” pelo visto no desenrolar das coisas, dos acontecimentos, não apenas nesse tipo de comportamento que perdura no Irã, como também em relação a outras situações, nas quais, não passamos de “humanoides” repito. A propósito, é preciso esclarecer que humanoide, segundo nosso léxico, é aquilo que “parece humano, mas não é humano”. É a única explicação que temos para justificar tentar ficar impassível em torno de uma punição horrorosa, estúpida, brutal, sem uma reação à altura para que seja alterada em um país do mundo que pratica o que está claramente vinculado ao que se conhece por insanidade. “Enterrar um ser humano até a metade do corpo e, ato contínuo, apredrejá-lo até a morte. Pegunta-se insistentemente: “E O MUNDO NÃO FAZ NADA?” É inacreditável. Além de inadmissível. Só mesmo sendo “humanoides”, condição que nos inspira também a acreditarmos sermos nós frente à punições jurídicas praticadas no Brasil contra inocentes, ou seja, como o caso de idosa e bem idosa, mantida em prisão, por ter participado – apenas participado – de atos de protestos contra uma rançosa situação nacional que querem, através de seu caso, inibir qualquer outro tipo de ação desse nível e, até mesmo manter uma mãe de filhos, que nada tem de criminosa, também em razão de protesto democrático, ter colocado riscos de batom numa estátua. 17 anos de cadeia por isso? Somos ou não somos humanoides? Coreia do Norte… Uma sociedade inteira de seres humanos, subjugada, sufocada por regras que a impedem até de ir a uma praia sem autorização de governante psicopata, e o mundo se manter impassível, sem reação a favor de gente, de pessoas que lá estão submetidas a essas brutalidades e não fazemos nada? Isso nos leva até a suspeitar que todas as reações contrárias ao tratamento dado contra Jesus Cristo, até hoje em dia, não passam de hipocrisia. A passividade no mudo frente a atos desumanos e cruéis não passam de suspeitas de que não somos humanos… Somos, sim, humanoides, tanto como os que apenas assistem as brutalidades dos apedrejamentos no Irã, nas desgraçadas ações do comunismo da Coreia do Norte, como  com relação a certas sentenças aplicadas, parecendo até com sabor adocicado, em “países que se tenta identificar como democráticos”.  

GRIFE

Há quem diga que conhece o caráter de outro, mas perde de conhecer o seu próprio.

FOLHETINS

Em Porto Alegre humorista foi vaiado por ter dito:

“Namorei uma desgraçada que era tão gostosa que acabou me mostrando a realidade de que eu tinha, lá em casa, uma Araci de Almeida”.

MESA DE BAR


Numa universidade de São Paulo, movimento anarquista contra “defensivos agrícolas” que apelidaram de agro-tóxicos… Mas, em vários cantos do salão, era consumida, com refilado, prazer o que se conhece por “maconha”, que por sua vez, leva o que eles dizem ser agro-tóxico. Chico Anízio dizia nessas ocasiões: “São um espanto”.