Anderson Carneiro, de 17 anos, encontrado morto dia 19 do mês passado na região norte de Cascavel, foi assassinado por membros da facção criminosa PCC por vingança. Dois homens foram presos pelo crime.
De acordo com a Polícia Civil de Cascavel, Anderson era acusado de um homicídio registrado no dia 12 de agosto em Realeza e a vítima foi Luiz Fernando de Carvalho, de 25 anos, que era membro da facção criminosa.
Com a morte do integrante do grupo, o PCC, segundo a Polícia Civil, fez um “julgamento” do acusado no chamado “tribunal do crime”, e a sentença de morte foi executada em Cascavel porque Luiz Fernando era da “área 45”, referente ao DDD da cidade de Cascavel. “O crime foi executado aqui, mas não quer dizer que o julgamento desse rapaz tenha sido aqui, porque isso é definido com vários membros da facção criminosa, de dentro e de fora da cadeia”, explicou o delegado-chefe da 15ª SDP (Subdivisão Policial), Nagib Nassif de Palma.
Após a definição da morte do rapaz, ele foi assassinado a facadas, com requintes de crueldade, e o corpo deixado em uma área de mata na região norte de Cascavel.
A Polícia Civil teve acesso a áudio e a filmagens da execução de Anderson: “Esse crime foi filmado e divulgado em redes sociais entre membros da facção criminosa para servir de exemplo e como uma forma de lealdade ao PCC”, contou a delegada de Homicídios, Mariana Vieira, que comandou o inquérito.
A investigação
Em parceria com a Delegacia de Polícia Civil de Realeza, a Delegacia de Homicídios de Cascavel conseguiu informações do homicídio praticado dias antes, do qual Anderson era acusado de autoria. Tudo isso ajudou a desvendar a autoria do crime, inclusive câmeras de segurança que mostraram Anderson chegando com um táxi a um posto de combustíveis de Cascavel e então capturado para ser levado para execução.
Funções organizadas
Marcelo de Oliveira Novossate, de 34 anos, e Luan da Silva, de 18 anos, que foram presos acusados de assassinarem Anderson Carneiro, são integrantes do PCC e tinham funções específicas no grupo, informou a Polícia Civil.
Ainda segundo a Polícia, Marcelo tem três condenações por roubo e exercia a função de “disciplinar da 45” na organização criminosa, ou seja, uma espécie de chefe na região do DDD 45.
Luan da Silva fazia a função de “salveiro do estado”, ou seja, que veio para garantir que a ordem dos líderes seja cumprida.
A partir de interceptações telefônicas feitas pelas forças de segurança que auxiliaram na elucidação da morte do adolescente, foi identificado também uma possível matança planejada entre membros do próprio PCC em toda a região como uma espécie de disputa de controle interno de comando.