Política

Pecúlio: Mais dois vereadores condenados reassumem

Os vereadores foram presos acusados de receber “mensalinho” para endossar os projetos de interesse de Reni Pereira

Foz do Iguaçu – Mais dois vereadores presos acusados de terem recebido benefícios em troca de apoio político ao então prefeito Reni Pereira voltaram a assumir seus assentos na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. Edílio Dall’Agnol e Darci Siqueira alegam que são inocentes.

Antes deles, a vereadora Anice Gazzaoui já havia sido reconduzida ao cargo no dia 30 de julho.

O imbróglio começou em dezembro de 2016, quando, durante a quinta fase da Operação Pecúlio, batizada de Nipoti, 13 dos 15 vereadores foram presos acusados de receber “mensalinho” para endossar os projetos de interesse de Reni Pereira, prefeito à época, apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como chefe do esquema.

Eles foram soltos no início de 2017 com a prerrogativa de que se afastassem da Câmara, o que foi derrubado em ação de Anice Gazzauoi no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que acabou beneficiando os demais. Em julho daquele mesmo ano, cinco vereadores que conseguiram a reeleição foram cassados por quebra de decoro parlamentar em razão das prisões no ano anterior. Recorreram sob a alegação de que a Câmara extrapolou o prazo de julgamento e, com base em uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, proferida mês passado, três deles reverteram suas cassações. O mesmo deve ocorrer, por extensão, aos outros dois ainda afastados.

Primeira a voltar à função, Gazzaoui responde a oito condutas criminosas denunciadas na Operação Pecúlio. Ela reafirma inocência.

Trio condenado

A cerimônia foi conduzida pelo presidente da Câmara, vereador Beni Rodrigues, outro preso durante as investigações. O trio foi condenado por corrupção em dezembro de 2017. De acordo com o MPF, os parlamentares exigiram a contratação de familiares e de conhecidos por empresas terceirizadas em cargos comissionados na prefeitura em troca de apoio ao hoje ex-prefeito. A pena imposta a cada um foi de dois anos de prisão, substituída por prestação pecuniária de R$ 10 mil e prestação de serviços comunitários.

Depoimentos

Como réus no segundo processo ajuizado no bojo da Operação Pecúlio, o presidente da Câmara e os demais três vereadores recém-empossados sentarão novamente perante a Justiça Federal ainda em agosto. Nesta ação, Edílio Dall’Agnol terá de responder a 22 condutas criminosas, Darci Siqueira 21 e Beni Rodrigues a uma.

A PF estima que mais de R$ 30 milhões tenham sido desviados em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e em serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), contratados para serem executados no município sob o comando do ex-prefeito Reni Pereira (PSB). Ele responde a mais de 400 condutas criminosas. Irá depor no dia 23 de agosto à Justiça de Foz do Iguaçu.

A Pecúlio é considerada a segunda maior operação de combate à corrupção feita pela Polícia Federal, atrás apenas da Lava Jato em número de denunciados (155, no total de oito fases). A investigação apontou um suposto esquema de corrupção que envolveria a prefeitura e o Legislativo.