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Werdum quer revanche contra Miocic já no UFC 200

CURITIBA – Após o ocaso de Anderson Silva e da derrota de José Aldo, o UFC no Brasil apostou num novo ídolo, talhado à perfeição pelo destino. Simpático e articulado, o gaúcho Fabrício “Vai Cavalo” Werdum, 38 anos, tinha, além de tudo, o que os brasileiros em geral mais apreciam: era campeão. Mas o reinado nos pesados durou pouco, menos de um ano. Na madrugada de domingo, no UFC 198, em Curitiba, ele se precipitou no ataque e foi castigado por um contragolpe de Stipe Miocic que explodiu em cheio no queixo e o derrubou. Nocaute, logo aos 2m47s, na primeira vez em que defendeu o título unificado da categoria, para decepção dos 45.207 fãs que lotaram a Arena da Baixada no primeiro evento em estádio de futebol no país.

– Acho que foi um pouco de ansiedade – admitiu o homem da “happy face”, a cara feliz e irreverente que virou sua marca e foi distribuída, em forma de máscaras de papelão, aos torcedores na chegada. – Eu estava um pouco avoado. Não vi o golpe – contou, com semblante triste, cena rara.

Werdum ajudou muito a promover o evento, que bateu recorde nacional de público. O carisma dele se transformou em arma poderosa para atrair tanta gente e fazer da edição 198 a terceira maior do UFC no mundo. Por isso a marca precisa que ele volte a brilhar o quanto antes. E a partir de agora é só nisso que Werdum pensa.

– Eu tinha seis vitórias consecutivas e acho que o mais justo seria a revanche. Para o UFC 200 (em 9 de julho), acho que vai ser difícil, mas estarei preparado. Terei um mês suspenso de lutas, devido ao nocaute, mas vou voltar a treinar já na semana que vem.

O americano-croata Miocic não brilhou sozinho, para felicidade da nação. Ronaldo Jacaré esmagou Vitor Belfort com uma fúria e uma precisão tão intensas que agora ficou mesmo difícil ao UFC continuar sonegando a ele a chance de lutar pelo título dos médios. Foi nocaute técnico aos 4m38s, com o rival sangrando abundantemente e sem ter conseguido desferir um só golpe importante.

– Mereço a oportunidade de lutar pelo cinturão. Não estou pedindo, eu conquistei esse direito – reivindicou, de olho no vencedor de Luke Rockhold x Chris Weidman, em junho.

Outro que ganhou argumentos em sua saga para desafiar o campeão do meio-médio foi Demian Maia. Em mais uma aula de jiu-jítsu no octógono, passou a luta inteira agarrado às costas de Matt Brown, tentando enforcar o rival. Persistiu e finalizou com uma mata-leão, enfim, quando restavam só 19 segundos para acabar o duelo. Brown, aliás, que na véséra tinha feito gesto ofensivo à torcida, foi agredido pelas costas por um torcedor quando caminhava ao octógono. O fã exaltado foi retirado do estádio.

– Peçam ao Dana White (presidente do UFC), me ajudem. Tenho agora cinco vitórias seguidas, não tenho mais o que provar – clamou Demian, invicto desde maio de 2014 e agora, com 17 triunfos, o brasileiro que mais ganhou lutas no UFC, superando Anderson Silva, com 16.

Curitiba viu ainda, em êxtase, a estreia em casa de Cris Cyborg na organização. Ela fulminou Leslie Smith em 1m21s. A paranaense prometeu voltar ao UFC para lutas assim, de peso combinado (63,5 kg). Mas vai seguir no Invicta FC, onde é campeã do peso-pena (66kg), categoria que não existe na principal franquia de MMA.

Outros resultados do card principal: no meio-pesado, Mauricio Shogun venceu Corey Anderson por decisão dividida, e no meio-médio, Bryan Barberena derrotou Warlley Alves por decisão unânime.