Educação

Direito e Psicologia participam de debate sobre Justiça Restaurativa

Com caráter multidisciplinar, o debate abordou outro aspecto sobre a justiça e suas implicações na resolução de conflitos

Direito e Psicologia participam de debate sobre Justiça Restaurativa

No dia 8 de agosto, os acadêmicos de Direito e Psicologia do Centro Universitário de Cascavel – Univel participaram de um debate sobre o tema “Justiça Restaurativa – 5 anos de implementação no Paraná: perspectivas e desafios”.

Para falar sobre esse tema, foi convidado o doutor Rodrigo Rodrigues Dias, que é juiz de Direito titular da Vara da Infância e da Juventude e Anexos da Comarca de Toledo e a doutora Laryssa Angélica Copack Muniz, juíza coordenadora adjunta do Cejusc (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) de Ponta Grossa. O debate foi intermediado pela juíza Marisa Kremer, representando a coordenação do Cejusc de Cascavel.

A palestra teve caráter multidisciplinar, envolvendo, além dos alunos, mediadores, conciliadores e advogados. “Estamos discutindo um modelo diferente que, para os psicólogos, é uma nova área de atuação à qual se tem aberto muitas portas, na qual buscamos estudos e ferramentas que possam auxiliar dentro do processo de justiça restaurativa a ressignificação desses traumas e danos causados pelos crimes”, explica a coordenadora do curso de Psicologia, Caroline Buosi Velasco.

O que é Justiça Restaurativa?

A Justiça Restaurativa é um modelo que vem em contraposição à Justiça tradicional, atuando de forma paralela, como um conjunto de ações em busca de solucionar o conflito. “Resolver o processo é diferente de resolver o conflito”, explica o juiz Rodrigo Rodrigues Dias. “A Justiça Restaurativa é mais vista em processos criminais, mas ela pode ser aplicada tanto no cível, como em acidentes de trânsito e em processos de família com várias formas de atuação. É uma oportunidade para que o ofensor, as vítimas e a comunidade possam reestabelecer vínculos sociais e dar destino diferente para as soluções, minimizando os danos”, explica Marisa Kremer.

Na formação, o acadêmico de Direito estuda a disciplina de mediação e, dentro desses conteúdos, aprende conceitos de Justiça Restaurativa que contribuem para um olhar diferente diante da Justiça. “A formação do acadêmico de Direito é com o pressuposto de que o conflito deve ser anulado, como se fosse sempre algo negativo, então não analisamos as relações e as implicações; a técnica jurídica é de simplificar a contingência da realidade, aplicar a lei ao caso concreto e entregar a sentença, como se fosse atingir o resultado que prometemos na constituição de pacificação social. Precisamos repensar como olhamos o conflito e que é um problema do direito também”, ressalta o juiz Rodrigo Rodrigues Dias.

Laryssa Angélica Copack Muniz afirma que essa área é uma oportunidade de atuação e crescimento profissional. “O profissional trabalha com gente e tudo o que é sobre pessoas ele tem que saber. Precisa disso para ser um profissional melhor, seja juiz, advogado, promotor, psicólogo, com outras habilidades além do tecnicismo. Então é a oportunidade para uma formação mais completa do que se tinha antigamente”, ressalta.

Esteve presente também o presidente da OAB Cascavel, Jurandir Parzianello Junior, que falou aos acadêmicos sobre a importância de inovar e tratar do tema, diante dos conflitos enfrentados.

O evento foi promovido com parceria do Centro Universitário de Cascavel – Univel, por meio dos cursos de Psicologia e Direito, da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Cascavel e do Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania de Cascavel, Toledo e Ponta Grossa.

 


A coordenadora do curso de Psicologia da Univel, Caroline Buosi Velasco, abordou o tema Acolhimento Familiar para cerca de 700 pessoas no 3º Congresso Internacional de Acolhimento Familiar, que aconteceu em Curitiba. O evento é um dos maiores da área no País, reunindo grandes estudiosos nacionais e internacionais. Já em Foz do Iguaçu, Caroline falou sobre Alienação Parental para mais de 350 conselheiros tutelares de todo o Estado do Paraná.