Nos dias 13 e 14 de setembro, o Centro Universitário FAG sediou o 1º Simpósio de Cuidados Paliativos do Oeste do Paraná, que foi organizado pelas Ligas Acadêmicas de Cuidados Paliativos dos cursos de Medicina da FAG e da Unioeste.
A programação elencou temas como cuidados interdisciplinar, controle de sintomas, espiritualidade, comunicação em cuidados paliativos, entre outros. O evento foi aberto a toda a comunidade e proporcionou o debate entre profissionais atuantes nessa área, alunos de cursos da área de saúde e familiares de pacientes.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) define cuidado paliativo como uma abordagem para melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que trazem risco para a vida. O objetivo é aliviar o sofrimento, com diagnósticos, avaliações e tratamentos impecáveis.
De acordo com Thiago Giancursi, professor do curso de Medicina da FAG e um dos organizadores do simpósio, o cuidado paliativo é uma área de atuação da Medicina e caminha para ser reconhecido como especialidade. “A cada dia cresce a demanda, uma vez que a população envelhece e, mesmo acometida por doenças, ganha mais longevidade com tratamentos novos”.
O médico salienta que a medicina atual trata as doenças de forma isolada. “Trata um coração, um fígado, por exemplo, mas não trata a pessoa que está carregando todo o sofrimento com ela”.
Concluir quais são os valores e as vontades do paciente determina as abordagens médicas e da equipe multidisciplinar paliativa. “Não é nenhum tratamento ou condição específica, depende da necessidade, da fase da doença, de terapias ou não, às vezes uma conversa é muito melhor do que uma medicação”, afirma Thiago.
A definição de cuidados paliativos não está relacionada a “não há mais nada a se fazer pelo paciente”.
O coordenador da Equipe de Suporte e Cuidados Paliativos do Hospital Samaritano, em São Paulo, Henrique Ramos Grigio, foi um dos convidados para o simpósio. O médico paliativista afirma que, quanto antes a equipe de cuidados paliativos chegar à vida do paciente, maior qualidade e tempo de sobrevida ele terá. “Nós não somos os médicos para cuidar do fim de vida. Os benefícios são comprovados cientificamente e foi reconhecido no último congresso de oncologia. A gente não trata só pacientes com câncer, mas, nesses casos, por exemplo, quando conseguimos aliar as terapias para a doença e para o paciente, conseguimos controlar os sintomas, as reações e permitir um tratamento mais funcional possível”, explica Henrique.
O médico reflete ainda sobre quando, realmente, o que se pode fazer por uma pessoa é garantir o máximo possível de bons momentos e de boas memórias aos familiares. “Não é só uma abordagem técnica da medicina, consideram-se outros aspectos de vida que fazem parte da evolução para uma boa morte: físicos, espirituais, sociais… Temos que aproveitar o tempo de vida da melhor forma possível”, conclui.